sábado, 24 de abril de 2010

PSDB e Alstom implicados em esquema de corrupção em São Paulo

Deverá seguir até a próxima semana o pedido do Ministério da Justiça à Suíça e à França para que quebrem o sigilo bancário de 19 pessoas e empresas, a maioria com ligações com os governos tucanos de Mário Covas (1995-2001), Geraldo Alckmin (2001-2006) e José Serra (2007-2010). Elas são suspeitas de terem recebido suborno da multinacional francesa Alstom em troca de milionários contratos com estatais paulistas.

Estão na lista que o Ministério da Justiça encaminha aos dois países, dentre outros, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) Robson Marinho, acusado de facilitar negócios para a multi quando era Chefe da Casa Civil de Covas; o empresário Sabino Indelicato, secretário de Obras de Marinho quando este foi prefeito de São José dos Campos (SP); o engenheiro Jorge Fagali Neto, irmão do presidente do Metrô no governo José Serra; e o executivo francês Jean-Pierre Courtadon, que em 1998 ajudou a Alstom a ativar um contrato de R$ 98 milhões com a Eletropaulo (privatizada no ano seguint

Os acusados negam ter contas no exterior - as atribuídas a Robson Marinho estão bloqueadas há meses pela Justiça suíça. As investigações indicam que uma empresa de Sabino Indelicato, a Acqua Lux recebeu dinheiro da Alstom em prestação fictícia de serviços. Um dos investigados no Brasil e tido como peça-chave no esquema, Romeu Pinto Jr. já confirmou ao Ministério Público que recebeu US$ 1 milhão da Alstom de outubro de 1998 a fevereiro de 2002, sem ter prestado o serviço de consultoria constante em contratos. Parte do dinheiro com o qual eram subornados os políticos do PSDB e os integrantes dos governos tucanos paulistas chegava ao Brasil após ser depositado na MCA Uruguay, uma offshore de Romeu Pinto.

Há mais de dois anos a Alstom vem sendo investigada pela Justiça da Suíça e da França pela suspeita de ter pago propina a políticos do PSDB paulista e a integrantes dos governos tucanos do Estado, em troca de contratos com o Metrô, a Eletropaulo e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) ao longo dos 16 anos que o tucanato administra o Estado. A maior parte desses contratos foi obtida ilegalmente, sem licitação e mediante aditivos acrescentados a outros que já haviam caducado e que não poderiam receber complementos.

A Alstom é investigada na Europa, mas em São Paulo, os governos do PSDB adotaram a sistemática política de não permitir investigações. Nem no âmbito do Executivo, nem nas estatais com as quais ela fez os negócios irregulares e nem no Legislativo. A maioria do governo na Assembléia derrubou todos os pedidos de CPI a respeito.

Do blog do Zé Dirceu

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