domingo, 23 de maio de 2010

O fator Sul do Datafolha

A recente pesquisa do Datafolha expõe de forma inédita o instituto e o erro grosseiro cometido na pesquisa extemporânea que precedeu o lançamento da candidatura do José Serra. Especialmente nos resultados do sul, apontados pelos críticos como os da manipulação mais explícita.

Na edição online não se publicou o gráfico que consta do jornal. Reproduzi os dados aproximados aqui.

Resultado no sul



Pelo gráfico, em números aproximados se vê a candidata Dilma saindo de 20 pontos na pesquisa de 14/18 de dezembro para cerca de 28 em 24/25 de fevereiro. E Serra caindo de 43 pontos para 40 no mesmo período. A diferença cai de 20 para 12 pontos no período de dois meses.

De repente, na histórica pesquisa de 25/26 de março, inexplicavelmente Serra salta para os 50 pontos e Dilma retorna para 22 – a diferença salta de 12 para 32 pontos. Nenhum fato novo e, de repente, a tendência é interrompida e a diferença em favor de Serra se torna maior do que em dezembro. Serra amplia a diferença em 20 pontos, em apenas um mês.

Quando houve o salto em março, o Datafolha atribuiu a reação de Serra ao fim das enchentes em São Paulo. Ora, uma reação puxada pelo sul sendo influenciada pelas enchentes de São Paulo.

Agora, a pesquisa volta ao leito normal e a diferença se estreita para 3 pontos. E o Datafolha constata que o principal fator motivador das eleições é o grau de conhecimento dos eleitores de que Dilma é candidata do Lula – argumento repetido à exaustão por Marcos Coimbra, do Vox Populi e por Ricardo Guedes, da Sensus e substituída pela enchente nas análises do Datafolha.

Otávio Frias Filho conseguiu um feito inédito: jogou nas costas de um instituto respeitado, o Datafolha, a mancha do Proconsult que acompanha a Globo até hoje.

Do blog do Nassif

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