sábado, 20 de novembro de 2010

Um caminho de luz


“É um filme contra o obscurantismo, a dor e os fundamentalismos neste país”. Foi assim que o cineasta espanhol Javier Fesser recebeu, em fevereiro de 2009, seis estatuetas do Goya (prêmio máximo do cinema espanhol) pelo filme “Camino” (“Um caminho de luz”, em português): melhor filme, melhor realizador (Javier Fesser), melhor atriz (Carmen Elías), melhor atriz revelação (Nerea Camacho), melhor ator coadjuvante (Jordi Dauder) e melhor roteiro.
O obscurantismo e o fundamentalismo ficam por conta da Opus Dei, organização ultra-conservadora da Igreja Católica que desafia as fronteiras entre o fanatismo, a psicopatia e a sem-vergonhice. “Camino” é uma homenagem pessoal de Fesser a uma menina de 13 anos chamada Alexia González-Barros e mostra a maneira como a Opus Dei manipula a sua doença e a transforma num sacrifício que se deve oferecer a Deus. Na tela, é retratada pelo nome de Camino, em referência ao livro homônimo de Josemaría Escrivá de Balaguer, fundador da ordem.
O fanatismo católico está presente dentro da casa da menina, encarnado no corpo da mãe, uma carola fundamentalista que vai se confessar para pedir perdão por desejar um milagre que salvasse a vida da própria filha. Em retribuição a esse infinito amor maternal, a filha, Camino, vê a mãe como uma espécie de demônio em seus sonhos.
“Camino” (disponível nas locadoras) é um filme extraordinário que trata de um tema extremamente duro, mesclando uma corrosiva crítica ao fanatismo religioso e um olhar doce e cheio de imaginação da menina que sofre a terrível coincidência de encontrar seu primeiro amor, um menino chamado Jesus, e descobrir que tem um agressivo câncer. Submetida a diversas e dolorosas cirurgias, ela fala em Jesus o tempo todo, o menino, não o Messias, como entendem sua mãe e os psicopatas da Opus Dei. Daí para virar candidata à santa é um pulinho, com direito a uma pornográfica conversa entre um padre e a mãe. O obrador de Deus tenta convencer a dita cuja que é melhor Camino morrer logo para iniciar o processo de canonização.
O filme, disse ainda o diretor, acabou se tornando, durante sua realização, uma procura da verdade com “dezenas de testemunhas de gente maravilhosa presa injustamente numa instituição chamada Opus Dei”. “Camino” causou forte polêmica na Espanha, berço da prelazia apoiada por parte da elite empresarial e famílias tradicionais e com forte influência na cúpula da Igreja Católica, tanto na Espanha como em Roma. Por aqui também a Opus Dei anda colocando suas manguinhas de fora. Recentemente, um jovem padre da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, ligado à organização, foi capa do caderno Donna, da Zero Hora, apresentado como um “padre pop”. Alguns gabinetes da Faculdade de Direito da UFRGS também respiram esse odor fundamentalista católico. Para quem se interessa pelo tema, “Camino” é um filme obrigatório. Mostra alguns detalhes da vida interna dessa organização e de seus códigos de conduta, para não falar de diversas patologias travestidas de fervor religioso. Deus nos livre dessa gente!

5 comentários:

  1. Um filme emocionante porém muito triste! poxa! Deus não é esse monstro cujo eles transmitem. Essa garota sofre as consequencias da maluca da propria mãe,talvés Deus tenha mesmo a levado para não ficar com aquelas pessoas horrorosas que se dizem cristãs! eu preferia mesmo a morte.

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  2. Existe um livro sobre este assunto. Foi publicado em 93, o filme é de 10 anos depois. Na Internet encontra-se algo relacionado a protesto da família contra o filme.
    Creio que o melhor caminho é ler o livro e depois tomar partido.

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  3. O interessante é que a menina se apaixona por um menino chamado Jesus, e a mãe acredita piamente que a filha está obstinada a ficar com o filho de Deus e não se toca que se trata de um rapaz.
    Agora quando o pai descobre o que realmente esta acontecendo com a filha, acaba em acidente de transito onde choca seu carro contra um caminhão e morre. Isso é certo? Agora tenho que dizer que a ideia da caixinha de musica foi impressionante.

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  4. é realmente esse filme me impressionou.na hr k eu estava assistindo confesso k me deu raiva,pavor enfim...nao concordei com algumas coisas k aconteceram neste filme porque DEUS não é essa pessoa k eles tanto falavam ou seriam. enfim cada um tem sua opiniao....é muito emocionante o filme só k muito triste pois a mae não deixava a menina fazer o k ela queria e nem deixava sua filha receber os telegramas.pq o k tinha d haver....oh agora sera k é pacado ser feliz.....

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  5. Assisti ao filme a gostei muito. Sou católica praticante e sei que em todos os meios há fanatismo, a mãe era uma fanática e sendo assim queria controlar todos a sua volta. Fica a lição que todo fanatismo é a morte da inteligência.

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