domingo, 24 de julho de 2011

As explicações do petista que deixou o DNIT - Por José Dirceu


Como a imprensa não publicou a íntegra - e entendo que, na maioria das vezes, não tem condições e espaço para fazê-lo - eu registro aqui grande parte da entrevista do Hideraldo Calderon (foto), único integrante do PT entre os sete diretores do Departamento Nacional de InfraEstrutura Terrestre (DNIT) e que entregou, nesta 6ª feira, o seu pedido de demissão.

Faço-o, também, porque há uma tendência - aí, sim, um comportamento proposital - da mídia de colocar todos numa mesma vala comum numa situação dessas o que eu e vocês sabemos que, em boa parte dos casos, não corresponde a realidade. Leiam, abaixo, as declarações do Hideraldo:

"Não precisava sair (tanta gente), e trago o testemunho dos funcionários do departamento. Muita coisa está sendo dita, mas de prático e de concreto não temos nada".

"(O pedido de demissão) foi uma decisão pessoal e vai contribuir para que as coisas possam se resolver satisfatoriamente. É um governo de coalizão e acho que devo me afastar para que a presidente possa reestruturar, fazer o que julgar necessário. Não acredito que seja manifestação unânime do partido (do PR, pedir a sua demissão). Até porque seria ter opinião muito reduzida da política acreditar que tem que haver uma compensação (demitir gente de outro partido) para isso."

"Considero que o trabalho que fizemos aqui deu resultado. É óbvio que as circunstâncias políticas estão levando a esse epílogo. Não é precipitado, porque eu estou tomando a decisão de sair. E não estou desanimado ou desiludido. Não saio ressentido, fizemos um longo trabalho."

"Frente ao volume de investimentos que temos, nossas irregularidades não são grandes. Em 2010, executamos R$ 10,5 bi em obras e fechamos o ano sem nenhuma obra paralisada pelo tribunal (TCU). Temos problemas? Claro, mas são muito menores do que anos atrás e do que em outros lugares. Estamos avançando, dando transparência. CGU e TCU têm salas aqui dentro. Nenhum sistema está longe de problemas de execução. O nível de irregularidades é muito pequeno diante do número de obras. Hoje, temos realidade totalmente diferente (de 2003)."

"Não vi denúncia que apontasse meu nome envolvido em corrupção. Em nenhum momento, alguém me acusa de proceder incorretamente ou de ter levado vantagem."

"O PAC já tem obra concluída, outras em andamento. Então, mexemos em obras, em licitação. Temos de ver o tamanho do enxugamento. Uma obra nova que teria cinco viadutos agora terá dois. A presidente observou que o governo não tinha como arcar com as obras e o custo como foi apresentado".


A última declaração é sobre ele ter concluído a tarefa pedida pela presidenta Dilma Rousseff para reduzir custos nas obras do DNIT integrantes do PAC, quando ele obteve uma redução de R$ 72 bi para R$ 58 bi.

Blog do Zé Dirceu

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