quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Déficit em contas externas supera projeção do BC e fica em US$ 3,497 bilhões em julho

Kelly Oliveira Repórter da Agência Brasil

Brasília - O déficit em transações correntes chegou a US$ 3,497 bilhões em julho e acumula US$ 28,945 bilhões nos sete meses do ano, o maior da série histórica iniciada em 1947, informou hoje (23) o Banco Central (BC). O resultado superou a projeção do BC para o mês, US$ 2,9 bilhões, e é o segundo maior déficit para o período. Em julho de 2010, o déficit ficou em US$ 4,589 bilhões e no mesmo período acumulado do ano passado chegou a US$ 28,436 bilhões. Para este mês, o BC estima um déficit de US$ 3,2 bilhões.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o resultado negativo maior do que o esperado foi influenciado pelo aumento da demanda por bens e serviços no exterior, tanto para o consumo como para o investimento.

A conta de transações correntes registra as compras e vendas de mercadorias e serviços. Nesse cálculo estão incluídas as exportações e as importações de mercadorias, que formam a balança comercial. Em julho, o superávit comercial (exportações maiores do que importações) ficou em US$ 3,135 bilhões e acumulou US$ 16,102 bilhões nos sete meses.

Esse saldo positivo da balança comercial contribuiu para que o resultado das déficit das transações correntes não fosse mais elevado. Já a balança de serviços e rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros, viagens internacionais, aluguel de equipamentos, royalties e outros) apresentou déficit de US$ 6,852 bilhões, no mês passado, e de US$ 46,789 bilhões, de janeiro a julho deste ano.

Entre os itens que contribuem para a elevação do resultado negativo da balança de serviços estão as viagens internacionais. Como os gastos de brasileiros no exterior são maiores do que as receitas deixadas por estrangeiros no Brasil, a conta de viagens internacionais ficou negativa em US$ 1,706 bilhão, em julho, e em US$ 8,521 bilhões nos sete meses do ano, o maior resultado da série do BC.

Maciel também destacou o aumento de gastos com transportes, o que reflete o crescimento dos fluxos do comércio exterior e também de transporte de passageiros por empresas estrangeiras. A conta de transportes ficou negativa em US$ 757 milhões, em julho, e em US$ 4,222 bilhões nos sete meses do ano, os maiores resultados da série do BC.

Os gastos com aluguel de equipamentos, principalmente para atividades do segmento de extrativismo mineral, também têm crescido. Essa conta fechou o mês passado negativa em US$ 1,378 bilhão e acumulou US$ 9,211 bilhões, nos período de sete meses, o maior valor da série.

Na conta de transações correntes também estão incluídas as transferências unilaterais correntes, que são doações e remessas de dólares que o país faz para o exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida de serviços ou bens. Houve ingresso líquido (descontada a saída) de US$ 220 milhões, em julho, e de US$ 1,743 bilhão, de janeiro até o mês passado.

Agência Brasil

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