domingo, 18 de setembro de 2011

Aumento de renda não reduz desigualdades de gênero, diz relatório do Bird

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Um relatório divulgado pelo Banco Mundial (Bird) aponta que políticas voltadas para o crescimento econômico e para o aumento da renda de um país, por si só, não reduzem as desigualdades de gênero. De acordo com o órgão, uma maior igualdade entre homens e mulheres pode aumentar a produtividade em até 25%.

O documento, intitulado Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial de 2012, destaca que o desenvolvimento tem resolvido alguns problemas em áreas como educação – nas escolas de ensino médio, as meninas já ultrapassam os meninos em 45 países e há mais jovens do sexo feminino do que do sexo masculino nas universidades de 60 países.

Outro destaque trata do aumento da expectativa de vida das mulheres, já que, desde 1980, elas vivem mais do que os homens em todas as partes do mundo. Mesmo nos países de baixa renda, as mulheres vivem em média 20 anos a mais do que em 1960.

O Bird ressaltou ainda que mais de 500 milhões de mulheres ingressaram no mercado de trabalho em todo o mundo nos últimos 30 anos.

Entretanto, o relatório indicou hiatos que permanecem, mesmo em países ricos, como o excesso de mortes de meninas e mulheres. Dados indicam que as mulheres têm maior probabilidade de morrer, em relação aos homens, em países de baixa, média e alta renda. As mortes são estimadas em cerca de 3,9 milhões a cada ano para mulheres abaixo dos 60 anos.

O acesso desigual a oportunidades econômicas também foi citado pelo Bird, que apontou que as mulheres têm mais probabilidade de ter um trabalho não remunerado do que os homens, além de maior chance de trabalhar em terrenos menores e em cultivos menos lucrativos e de dirigir empresas menores e setores com menos remuneração.

Por fim, o documento indicou as diferenças de participação entre homens e mulheres em casa e na sociedade, destacando que, em muitos países, as mulheres têm menor participação ativa nas decisões e menos controle sobre os recursos da família, além de participarem menos da política formal e de serem sub-representadas em escalões superiores.

Agência Brasil

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