segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Direita é fulminada na eleição de Cristina Kirchner

Os resultados das eleições argentinas revelarão que, não apenas Cristina Kirchner foi reeleita pelo governo que fez, como a direita simplesmente desapareceu da eleição. Os adversários de Cristina foram Hermes Binner, um socialista, Eduardo Duhald, que já foi presidente e é peronista. Por fim, há também Raul Alfonsín, de centro. Se somarmos as intenções de votos de Binner e de Cristina – segundo os institutos de pesquisa locais, às vésperas do pleito, eles representavam entre 70% a 75% das intenções de votos - vamos ter uma ideia da estrondosa vitória das forças populares, nacionalistas e progressistas na Argentina.

Assim como teremos a exata noção do tamanho da derrota da direita e de toda mídia que lá, como aqui, faz oposição aberta e desesperada aos Kirchner. Podem escrever o que quiseram, até que a ignomínia de que Cristina teria vencido porque ela teria explorado a sua viuvez e seu luto, como insiste a revista Veja. Podem mentir à vontade. Mas a verdade pura e simples está nas urnas, na vontade popular. Não há como negar, lá, como aqui, o povo está onde sempre esteve, com aqueles que o defendem.

Em bom português, a vitória de Cristina foi acachapante – ou seja, esmagadora mesmo. Só perdeu um governo de província dentre 9. Venceu, ainda, em todas as cidades importantes do país. Mais. Cristina venceu nas disputadas Santa Fé e em Córdoba – um feito inédito. Ganhou 89 das 130 cadeiras em disputa na Câmara e 17 das 24 no Senado, reconquistando a maioria absoluta nas duas casas legislativas, o que muda totalmente o quadro político argentino.

Oposição progressista

O socialista Hermes Binner manteve-se como segunda força parlamentar e se firmou como oposição progressista. Chama a atenção nesse cenário o papel da juventude na recuperação e na vitória de Cristina Kirchner, depois da derrota, em 2008, para os ruralistas e, em 2009, nas eleições nas províncias.

A União Cívica Radical (UCR), de Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raúl Alfonsín (1983-89), ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais, não vencendo em nenhuma província.

A propósito, uma constatação para os que fazem oposição sem posição, na base do moralismo udenista: Elisa Carrió, Coalición Cívica (CC), obteve dez vezes menos votos que quatro anos atrás. Neste domingo, foi a grande perdedora dos votos, chegando a modestos 1,5% dos votos, quando em 2007 obteve 24%. Os resultados indicam meros 400 mil votos ante os mais de 4 milhões que já obteve no passado.

Hegemonia e vitória histórica


Para resumir: a direita desapareceu. Com maioria no Congresso, Cristina Kirchner vai poder, agora, fazer as reformas que a Argentina necessita para consolidar seu crescimento econômico. E o mais importante, o Peronismo tem agora uma líder inconteste. Seus adversários internos foram derrotados, consolidando não apenas sua liderança, mas sua hegemonia no movimento mais importante da Argentina. Uma vitória histórica que consolida a era das reformas e da inclusão na Argentina e na América Latina.

Blog do Zé Dirceu


Nenhum comentário:

Postar um comentário