segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Egípcios vão às urnas em clima de apreensão para escolher parlamentares

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Sob uma onda de protestos e violência há nove dias, os egípcios irão hoje (28) às urnas para escolher 444 parlamentares que integram a Assembleia Popular. No Egito, o Parlamento é unicameral, formado por 454 membros, mas dez são escolhidos pelo presidente da República. Além da Assembleia Nacional, no Egito há o Conselho Consultivo, formado por 264 integrantes – dos quais 176 são eleitos por intermédio do voto popular e 88 são nomeados pelo presidente.

O clima no Egito é de apreensão e insatisfação. Nas ruas, manifestantes cobram o fim do governo militar e eleições presidenciais – previstas para até junho de 2012. As eleições de hoje estiveram ameaçadas de adiamento, mas o marechal Hussein Tantawi, que comanda o país há nove meses, garantiu que a data estava mantida.

Autoridades estimam que o processo de votação no Egito leve alguns dias. Não há precisão sobre datas. Oficialmente, o Egito é uma república cujo Poder Executivo é compartilhado entre o presidente e o primeiro-ministro.

No país, os 454 membros do Parlamento têm mandato de cinco anos. A Assembleia Popular é responsável pela votação e aprovação do Orçamento, dos valores dos impostos e dos programas de governo. Porém, o orçamento das Forças Armadas não é submetido à apreciação.

Depois da renúncia do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro deste ano, o poder no Egito está sob controle do Supremo Conselho das Forças Armadas, uma junta militar. Para os manifestantes, que protestam desde o último dia 19, os militares mantiveram práticas de violações que ocorriam no governo Mubarak.

As organizações não governamentais (ONGs) calculam que pelo menos 40 pessoas morreram e mais de 2 mil ficaram feridas em manifestações em várias cidades do país. Mas o símbolo da revolta é a Praça Tahrir, no centro do Cairo, onde em fevereiro os manifestantes fizeram o maior protesto da história recente do Egito para forçar a saída de Mubarak. Ele acabou renunciando.

Agência Brasil

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