quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Pagamento de juro chega a R$ 86 bi; Guido diz que é bom dívida cair

Com resultado até outubro, faltam R$ 5 bi para governo federal cumprir meta de 2011 fixada em lei. Superávit primário abastece 'mercado' e contém avanço da dívida pública. Ministro Guido Mantega comemora que, em meio à crise da dívida no mundo rico, Brasil veja a sua cair. Dívida bruta brasileira está em 55% do PIB. Média de países desenvolvidos é de 108%, segundo FMI.

BRASÍLIA – O governo Dilma economizou R$ 86 bilhões entre janeiro e outubro, 10% de tudo o que arrecadou em tributos no período, para pagar juros da dívida pública ao 'mercado', informou o ministério da Fazenda nesta quarta-feira (23). O valor está muito perto de tudo aquilo que o governo federal se comprometeu, em lei, a realizar de “superávit primário” em 2011 (R$ 91 bilhões).

A despesa brasileira com juros da dívida, dinheiro retirado da economia real e direcionado ao 'mercado', tem sido elevada, reconheceu o ministro Guido Mantega em debate na Câmara nesta quarta. Mas, pelo menos, permite ao país evitar os problemas enfrentados por países europeus que os arrastam à crise. “O Brasil deve ser um dos poucos países do mundo em que a dívida cai”, disse.

No fim de setembro, o Estado brasileiro (governo federal estados, prefeituras e estatais) tinha uma dívida líquida de 37% das riquezes produzidas no país (PIB) – terminara 2010 em 40%. E uma dívida bruta de 55% - era de 58% em dezembro de 2010.

Segundo levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI), em setembro, a dívida bruta média de um total de 13 países ricos era de 108% do PIB. O Japão devia dois PIBs, Estados Unidos e Portugal, um PIB, Itália, Grécia e Irlanda, mais de um.

Como uma dívida comparativamente “baixa”, disse Mantega, o Brasil goza de “ampla confiança” dos mercados, a ponto de ter seguidas melhoras em notas dadas por agências estrangeiras que montam rankings que medem a possibilidade de calote dos países.

Segundo o ministro, porém, há uma tendência de queda do juro do Banco Central que ajudará a controlar a dívida ainda mais, o que é feito via “superávit primário” e, também, com dinheiro que o governo pega emprestado do próprio “mercado”. “Nossa despesa com juros vai ser normal daqui um tempo, parecida com outros países.”

Carta Maior


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