segunda-feira, 26 de março de 2012

A campanha sistemática contra Eike

Se isso não for campanha, não sei o nome.

Recorreu-se a um estratagema manjado para esquentar matérias. Vá até uma fonte e formule uma questão em tese. Por exemplo: se fulano matar sua mãe, será considerado um matricida? O técnico responderá: sim. E aí se tem o lide da matéria: se fulano matar sua mãe poderá ser acusado de matricídio, segundo o técnico fulano de tal.

É o que estão fazendo nesse episódio da morte do ciclista.

A manchete da UOL é "Violação de perícia é crime", dizem especialistas sobre acidente envolvendo filho de Eike Batista78".

Lê-se a matéria. Lá se fica sabendo que a Policia Civil e a Rodoviária foram até o local do acidente e fizeram todos os procedimentos necessários. Logo, não houve violação de perícia. Então, qual a razão de se perguntar ao perito sobre uma hipótese que a própria matéria reputa falsa? E colocar a questão na manchete?

A propósito de Eike: é um absurdo que o FGTS adiante R$ 1 bi para investimentos, de quem se capitalizou como ele e até agora não tem uma empresa sequer gerando retorno. Se quiserem criticá-lo, vão por aí. A exploração ignóbil de uma tragédia só depõe contra o caráter do jornalismo brasileiro.

21/03/2012

"Violação de perícia é crime", dizem especialistas sobre acidente envolvendo filho de Eike Batista

Hanrrikson de Andrade
Do UOL, no Rio

A suposta retirada antes do trabalho pericial no veículo conduzido por Thor Batista, filho do empresário Eike Batista, após o acidente que vitimou o ciclista Wanderson Pereira da Silva, 30, na noite de sábado (17), configura crime previsto pelo Código de Trânsito Brasileiro, segundo especialistas ouvidos pelo UOL. A Polícia Civil do Rio de Janeiro nega que o carro não tenha sido periciado.

Se comprovada, a violação da cena do homicídio --a polícia ainda investiga se há ou não dolo por parte do condutor-- atrapalharia o desenvolvimento do inquérito, na opinião do especialista em perícia criminal de acidentes de trânsito Rodrigo Kleinübing. "Em casos como esse, ninguém pode mexer no local. O procedimento correto é acionar a polícia, que, por sua vez, envia a perícia criminal para isolar o local. O perito tem capacidade de identificar vestígios fundamentais para entender o que houve. Claro que nem todo atropelamento é causado pelo condutor, mas a preservação do local não pode ser comprometida, isso constitui uma violação, e é crime", afirma.

De acordo com a Polícia Civil, peritos da Polícia Rodoviária Federal se dirigiram ao local do acidente e realizaram todos os procedimentos necessários. Em seguida, o carro de Thor foi levado para o pátio da PRF e liberado após o advogado do empresário, Flávio Godinho, assinar um termo de responsabilidade se comprometendo a não adulterar as condições do veículo.

Porém, ainda não foram divulgados os resultados desse trabalho, que podem indicar a velocidade em que o carro estava no momento do acidente. O advogado da família da vítima, Cléber Rumbelsperberger, contesta a versão oficial, já que a análise não foi feita por profissionais do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). Segundo ele, como há um inquérito policial em curso, o veículo do filho de Eike Batista jamais poderia ser liberado, e deveria estar à disposição da Polícia Civil e da Justiça --assim como a bicicleta da vítima.

Blog do Luis Nassif

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