sexta-feira, 29 de junho de 2012

A crise chegou. Temos que agir como numa guerra


Estou totalmente de acordo com a análise feita pelo professor Luiz Carlos Delorme Prado sobre a economia brasileira, em particular quando escreve que o Brasil não é uma ilha e o governo precisa aumentar os gastos públicos para poder enfrentar com maior chances de sucesso a crise internacional.

Segundo a análise, publicada na Folha de hoje (Estímulo do governo dificilmente produzirá efeitos significativos), as cidades brasileiras precisam de investimento em transporte de massa, há carência de investimento em saneamento, necessidade de reformar e ampliar as estradas e os portos no Brasil, mas o governo não tem conseguido aumentar o investimento de sua responsabilidade.

Concordo também quando ele avalia que as medidas anunciadas ontem, de realizar gastos de curto prazo na aquisição de bens e serviços num total de R$ 8,4 bi para comprar caminhões, tratores, ambulância, trens, ônibus etc. É uma medida bem-vinda e necessária. Só que o professor argumenta que é pouco. Certamente é!

Não entendo essa fixação na manutenção de um superávit primário tão elevado. O governo tem que reduzir o superávit, aumentar os investimentos públicos, destravar a máquina, resolver problemas administrativos e ambientais, liberar os recursos. Não pode deixar o Tesouro dirigir a política econômica via controle burocrático dos investimentos públicos.

O governo tem anunciado muitas medidas em um bom ritmo, mas as medidas ainda são tímidas. A questão é que nós estamos numa verdadeira guerra. A crise já chegou. Logo, precisamos que o governo se conscientize e aja de acordo com essa situação: monte o seu estado maior para enfrentar a guerra em curso e adote as medidas de guerra, medidas extremas. Do contrário os efeitos da crise em nosso país serão bem mais fortes de que os que enfrentamos até agora.

Blog do Zé Dirceu

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