Balança comercial: precisamos de mudanças radicais

Com o pior 1º semestre em 10 anos, os dados da balança comercial só reforçam a necessidade de mudanças drásticas na nossa política de comércio exterior. As exportações brasileiras superaram as importações em US$ 7,07 bi no 1º semestre deste ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), divulgados nesta 2ª feira. Foi o pior resultado da balança comercial para um 1º semestre desde 2002. Queda de 45,4% frente ao mesmo período do ano passado, quando o superávit foi de US$ 12,95 bi.

Em vez de ficar culpando a crise internacional pelo nosso desempenho ruim, esta deveria ser tomada como razão principal para se promover mudanças urgentes e drásticas no setor comercial brasileiro, em nossa política de integração e de financiamento das exportações, principalmente de serviços, capitais e tecnologia.

Não dá para entender, por exemplo, porque não sai o Eximbank brasileiro e o Banco do Sul. Também não é possível compreender a falta de iniciativas para integrar as ações do governo tanto internamente, coordenando o MDIC com o Itamaraty e a Fazenda, quanto no âmbito externo, começando pelo MERCOSUL.

Seja no MERCOSUL, seja na estratégia de integração com países como Peru, Colômbia e Venezuela, nossa atuação exige mudanças. México e Caribe vivem uma nova realidade que exige medidas rápidas para os produtos e serviços brasileiros. O surgimento do Acordo do Pacífico, mais do que uma ameaça, surge como uma oportunidade para o Brasil, principal parceiro e mercado da região.

Vamos aos números do semestre

No primeiro semestre deste ano, as exportações somaram US$ 117,21 bi enquanto as compras do exterior totalizaram US$ 110,14 bi. Contra o mesmo período de 2011, as vendas externas tiveram queda de 1,7%, e as importações avançaram 3,7%.

Em todo o ano de 2011, o superávit da balança comercial brasileira somou US$ 29,79 bi. Com isso, o superávit da balança comercial registrou crescimento de 47,8% em relação ao ano de 2010, quando o saldo positivo totalizou US$ 20,15 bi. Trata-se, também, do maior superávit da balança comercial desde 2007 (US$ 40,03 bi). Em 2008 e 2009, respectivamente, o saldo comercial somou US$ 24,95 bi e US$ 25,27 bi.

Blog do Zé Dirceu