quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Brasil é um dos líderes no recebimento de investimento externo







O Brasil, pasmem, é um dos líderes no ranking mundial no recebimento de Investimento Externo Direto (IED). Estamos em 4º lugar nessa lista em 2012, desbancamos todos os países da Europa e só somos superados em volume de investimentos pelos Estados Unidos, China e Hong Kong.

Digo pasmem porque quem fica só com o noticiário da imprensa tem a impressão de que é o contrário, de que estamos despencando ladeira abaixo nesse ranking. Pelo contrário, nele subimos vários postos nos últimos três anos, 2010, 2011 e 2012. Não adianta a torcida contra, portanto, imprensa!

A Folha de S.Paulo, então, arruma uma matéria, um título, um instituto e um porta-voz por dia para puxar a coisa para baixo. Ainda nesta 4ª feira trouxe uma matéria com o título "Estrangeiros pisam no freio em investimentos no Brasil". Varia a fonte, mas é mais ou menos a mesma matéria que eles dão desde o início do ano com pequenas mudanças. Pois é o contrário, FSP! O Brasil não só se tornou o 4º maior destino de investimentos, como sobe ano a ano. Quem prova? Relatório específico da ONU a respeito, divulgado nesta 4ª feira.

Brasil superou em investimento todos os países europeus


Pelo documento da ONU, o Brasil superou todos os países europeus e se transformou no 4º maior destino de investimentos do mundo em 2012. Um ano, aliás, que entra para a história como o primeiro em que as  economias emergentes receberam mais investimentos que os desenvolvidos.

O relatório da Organização revela uma queda brusca de 18% no fluxo de investimentos no mundo, provocada pela crise nos países ricos. Para este 2013, a ONU prevê um crescimento dos investimentos da ordem de 7% a 8% - deverão chegar a um volume de US$ 1,4 trilhão. “Mas os riscos ainda são muito grandes. Os problemas da economia internacional foram contidos, mas não resolvidos”, adverte o documento. Em 2014, a alta mundial dos investimentos será da ordem de 17%, desde que a crise seja resolvida, frisa a ONU.

Pelos resultados de IED em 2012, o Brasil superou tradicionais destinos de investimentos, como França, Reino Unido, Alemanha e Japão. Segundo os dados, 52% dos fluxos de investimentos em 2012 foram direcionados aos emergentes. A China continua sendo o 2º maior destino, tendo recebido mais de US$ 120 bi no ano passado. Se somados os investimentos recebidos pela China e por Hong Kong, a potência asiática recebeu um volume maior de dinheiro que os EUA.

Investidores adotaram cautela à espera da crise que não passou


De acordo com o levantamento internacional, ainda que dispusessem de uma montanha de US$ 6 trilhões que poderiam ser investidos, as multinacionais investidoras simplesmente pararam à espera de uma definição política da crise do euro e de dias melhores para a economia mundial. Com isto os países ricos registraram uma queda de 37% nos investimentos.

No Brasil, segundo os dados da ONU, o fluxo de investimentos externos também caiu em comparação a 2011. Mas em apenas em 2% e bem inferior à média mundial. No total, o País recebeu US$ 65,3 bi  de IED no ano passado, contra US$ 66 bi em 2011. Assim, como já dito, apenas EUA, China e Hong Kong receberam mais investimentos que o Brasil em 2012.

Em 2011, o Brasil havia sido o 5º colocado como maior destino de investimentos. Em 2010, a economia nacional estava na 7ª posição. Dois fatores, apontam os especialistas, pesaram mais para a posição do Brasil: o 1º é o incentivo dado pelo governo, por meio de políticas industriais, que estão atraindo multinacionais; o 2º é o esforço de nossas empresas e das que aqui operam de se dedicar e conseguir um melhor acesso ao mercado doméstico nacional.

Enquanto ressalta a situação relativamente estável dos emergentes, a ONU em seu documento considera que a dos países ricos é preocupante. Com a redução global de 18%, os níveis totais de investimentos chegaram a apenas US$ 1,3 trilhão, próximo do ponto mais baixo dos últimos 10 anos. Em 2009, o pior ano para a economia mundial desde 1929, os investimentos haviam somado apenas US$ 1,2 trilhão. 



Blog do Zé Dirceu

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