quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

PIBinho não desanima empresariado brasileiro

Da Grant Thornton

Nem mesmo o PIB fraco apresentado no ano de 2012 desanimou os empresários brasileiros. Segundo o International Business Report (IBR) do 4º trimestre da Grant Thornton International, 77% dos empresários no Brasil estão otimistas com relação à economia local nos próximos 12 meses, um aumento de 11 p.p em relação ao último trimestre. A elevação coloca o País na 6ª posição no ranking mundial de otimismo. O resultado é excepcionalmente maior que os 4% apresentado globalmente. O estudo é feito com 12 mil empresas em 40 economias, sendo 300 companhias brasileiras.
“O Brasil deve começar a sentir os efeitos da política fiscal e monetária do governo agora. Além disso, com a proximidade da Copa e Olimpíadas, as obras de infraestrutura terão que acontecer”, diz Paulo Sérgio Dortas, Managing Partner da Grant Thornton Brasil.
Dos executivos consultados, 64% preveem aumento das receitas de suas empresas, 51% estimam elevar a lucratividade, 44% esperam contratar mais e investir em máquinas e equipamentos em 2013. O grande entrava para os planos de expansão das empresas continua sendo a burocracia. De acordo com o IBR, para 55% dos empresários as regulamentações e entraves burocráticos são os principais fatores que podem restringir o crescimento, seguidos pela falta de mão de obra qualificada (49%) e pelo custo do financiamento (33%).
“No nosso entendimento, as regulamentações e a burocracia estão muito associadas à intervenção do governo na economia, que no caso do Brasil vem emperrando várias obras atreladas aos eventos esportivos como estradas, aeroportos, ferrovias e portos, dentre outros”, complementa Dortas.
A disponibilidade de crédito, em compensação, não é uma preocupação. O IBR revelou que 72% dos empresários esperam o crédito mais acessível em 2013, 16 p.p a mais que o registrado no ano passado. Além disso, 73% deles acreditam no suporte dos credores.
Segundo Dortas, aqui está um dos principais itens que o empresariado local deverá estar focado neste ano de 2013: melhorar sua governança para ter acesso não somente ao crédito, mas ao crédito mais barato.
Na lista dos países mais otimistas estão os empresários dos Emirados Árabes (88%), Peru (86%), Geórgia (84%), Chile (82%) e México (78%). Na contramão, está o Japão (-70%*) e a Espanha (-67%*).
Regionalmente, a América Latina é a região mais otimista com 69% dos empresários prevendo boas perspectivas para 2013 e o grupo dos PIGS (-56%) e a Zona do Euro (- 22%), são os locais que preveem um cenário mais nebuloso. “No cenário global, as esperanças de uma recuperação econômica mundial em 2013 são reduzidas, pelo menos é o que mostra a confiança das economias maduras em suas economias. Os Estados Unidos e a Zona do Euro são a principal razão dessa queda de otimismo.”, comenta Dortas;
Para o executivo, este é um dado a lamentar, porque provavelmente será mais um ano perdido para estas economias com o consequente impacto nos mercados emergentes. “Provavelmente, teremos mais um ano fraco no mercado de capitais, que até então vinha sendo utilizado como fonte de financiamento pelas empresas nacionais nos seus projetos de investimento”, observa Dortas.
O nível de otimismo entre os empresários norte-americanos estava em 50% no segundo trimestre desse ano e desabou para (-) 4% no quarto trimestre, o menor nível desde a crise financeira de 2008.
* O percentual é calculado com base na proporção de companhias que reportaram estar muito ou levemente otimista, menos as que disseram estar muito ou levemente pessimista.
Para mais informações:

Thais Franco
Fernanda Dabori


Blog do Luis Nassif

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