segunda-feira, 15 de julho de 2013

Por que defender receitas que já deram errado na economia?





Como é de costume, os jornais continuam dando destaque para as análises de economistas alinhados ao PSDB. Nesse fim de semana, o Estado de S. Paulo publicou entrevista com Persio Arida, sócio do banco BTG Pactual e um dos colaboradores do governo Fernando Henrique Cardoso.


Arida defende propõe "uma política mais decididamente liberal e menos intervencionista, mais pró-mercado". Diz que o Brasil cobra impostos como se fosse a Inglaterra, mas não investe quase nada como contrapartida. E diz acreditar que o país perdeu seu potencial de crescimento.

Ele prega corte de gastos, fim dos subsídios a empresas privadas, contenção do crédito nos bancos públicos, acordos comerciais com os Estados Unidos, Europa e Ásia e abandono do MERCOSUL.

Persio Arida quer uma volta ao passado, como se isso fosse possível. No Brasil e no mundo, a desregulamentação e a privatização que ele prega, o Estado mínimo, já deram errado.

Agora a Europa paga o preço, enquanto os Estados Unidos – de novo apoiado na força do dólar, na militar e na tecnológica – resolvem às custas do mundo, com expansão monetária e desvalorização da moeda enquanto interessa, já que agora acena com o fim dos estímulos e a valorização do dólar.

É uma mentira que depõe contra um professor e um profissional como Persio Arida dizer à sociedade que pagamos impostos e não temos retorno. Temos, sim; a Previdência, a LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social), o Bolsa Família e os demais programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida, os subsídios e desonerações sociais, a saúde e o sistema SUS, a educação pública e gratuita, fundamental e média, as escolas técnicas.

E também o Sistema S, o salário-desemprego, o FGTS, o FAT, a justiça e a segurança pública, a defesa nacional, que melhora a cada ano e está exposta e submetida ao julgamento popular nas eleições, à fiscalização dos órgãos do Estado e à da imprensa e do cidadão.

Fácil pregar acordos com os Estados Unidos e Europa. Difícil fazê-los sem liquidar nossa indústria e submeter nossa economia aos interesses deles.

E o que seria do país sem os bancos públicos na crise de 2008-09 e agora? Cumprem os bancos privados seu papel nesses momentos? Evidentemente que não, já que a liquidez desaparece e os próprios bancos, como aconteceu nos Estados Unidos e Europa, são liquidados ou socorridos pelo Estado.

Cortar gastos e subsídios é o que a Europa esta fazendo e o resultado todos conhecem: desemprego, recessão e ruptura social.


Blog do Zé Dirceu

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