sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Merval e Sardenberg: um vinho “bom” por cadeia já

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Se os réus da Ação Penal 470 "entrarem em cana este ano", na expressão do colunista Carlos Alberto Sardenberg, ele paga um vinho "bom" no jantar de comemoração marcado com Merval Pereira; se "prenderem só os bagrinhos e não os bagrões", quem banca o vinho é o imortal; prêmio pelas sentenças a José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoíno, João Paulo Cunha e Marcos Valério pode ser um Chateneuf Du Pape, um Bartolo Mascarelo ou um Pinot Noir da Borgonha; tudo chic para brindar à prisão dos petistas; quanto equilíbrio!; palpites sobre qual o vinho mais adequado à ocasião de festa estão abertos na rádio CBN, onde ambos antecipam desfecho do julgamento do STF às gargalhadas; você participaria desse escárnio?
23 de Agosto de 2013



247 – Normalmente carrancudo, o colunista Merval Pereira pode ser ouvido às gargalhadas na rádio CBN onde, a exemplo de que faz no jornal O Globo, também dos três irmãos Marinho, dita os parâmetros do julgamento da Ação Penal 470 no STF.

Agora, seu divertimento sobre o destino dos réus do processo será regado a um vinho "bom". É isso que ele apostou contra seu colega colunista Carlos Alberto Sardenberg, âncora da rádio e, também, comentarista econômico do Jornal da Globo.

A aposta é assim: "Se os mensaleiros foram em cana até o final do ano, nós jantamos juntos e você paga um vinho bom. Mas se eles forem presos só depois, quem paga sou eu", disse Sardenberg, igualmente rindo-se. 

Até o colunista de vinhos da CBN, Jorge Lucki, foi convidado para participar do escárnio. Ele sugeriu três rótulos – Bartolo Mascarelo, Chateneuf Du Pape e um Pinot Noir da Borgonha. Os ouvintes podem opinar sobre qual garrafa será aberta por meio de uma enquete aberta.

Com o vinho "bom" na jogada, consuma-se mais um movimento de Merval para pautar os juízes do STF. Imortal da ABL, ele se torna, nessas horas de ação, o 12º juiz da suprema corte brasileira, recitando saber jurídico e dando suas próprias sentenças. Com acesso privilegiado a alguns magistrados amigos – ele escreveu, por exemplo, o prefácio do livro do ex-presidente Carlos Ayres Britto, que iniciou o julgamento -, Merval vê embargos declaratórios e infringentes como enrolação de advogados e, caso estes últimos sejam aceitos, acredita que "aí pode demorar de um a dois anos para terminar". Ainda assim tomaria o vinho "bom", porém duplamente a contra-gosto: porque José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoíno, João Paulo Cunha e Marcos Valério ainda não terão sido presos, e porque ele pagará a garrafa. 

Não é, obviamente, o que deseja. Na qualidade de um dos propagadores da teoria do domínio do fato, aquela pela qual está-se condenado réus mesmo sem provas factuais, ausentes na maior parte do processo, Merval quer cadeia já para todos, especialmente "os mais importantes". Ou, no dizer de Sardemberg: "Se só pegarem os bagrinhos este ano, eu ganho. Mas se pegarem os bagrões ainda este ano, eu pago para você".
Se isso é brinde que se faça, está mesmo pronto para ser feito. E às favas com o equilíbrio!



Brasil 247

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