segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Marina, Campos e Aécio encampam teses liberais

Seria bom os jornalistas ouvirem os presidenciáveis do PSB/Rede, o governador Eduardo Campos e a ex-senadora Marina Silva, e o do PSDB, senador Aécio Neves (MG) sobre a opinião dos ex-presidentes do Banco Central, Armínio Fraga e Gustavo Franco (leia mais).

Os três postulantes ao Planalto na eleição nacional de 2014 estão com posição igualzinha a da dupla Fraga-Franco, nessa questão da manutenção (eles falam de abandono) do tripé macroeconômico – meta de inflação, controle fiscal por meio de superávits primários e câmbio flutuante.

Em uníssono os três presidenciáveis e os ex-presidentes do BC estão contra, também, a renegociação da dívida dos Estados e municípios. Sobre as duas questões, eles todos falam, falam, mas não dizem nada nem apresentam dados. O Brasil tem, sim, superávit, dívida interna sob controle, reservas internacionais e inflação em queda. Faz e conduz sua política econômica segundo as conjunturas nacional e internacional.

Nessa conjuntura, têm a coragem de cobrar abertura da economia

Mas, a dupla Fraga-Franco cobra abertura da economia brasileira num momento em que estamos submetidos ao risco de uma mudança brusca da política monetária dos Estados Unidos e num mundo onde o câmbio é administrado nos EEUU, na China…E onde o Japão faz de tudo – até buscar mais inflação – para crescer.

Ou eles estão cegos ou escondem seus verdadeiros objetivos, o que é mais provável, já que não há seriedade intelectual em pedir nesse momento mais abertura e integração internacional num mundo em recessão e sob o tacão do FED (banco central norte-americano), que está na iminência de mudança em sua política de incentivos o que levou até a própria China e o Japão a pedir prudência ao governo americano ao implementá-la.

Os presidenciáveis todos posicionam-se contra a renegociação da dívida interna, com Estados e municípios. Sob o velho argumento de que ela coloca em risco a responsabilidade fiscal. Não coloca em risco a responsabilidade fiscal coisa nenhuma. Pelo contrário, permitirá aos Estados e Municípios investir mais. Além de resolver graves problemas sociais e de infra estrutura que, não resolvidos, aí sim, poderão inviabilizar o crescimento do país e sua coesão social.

Renegociação das dívidas não coloca em risco responsabilidade fiscal

Estas dívidas de Estados e municípios, negociadas em novos patamares, aumentarão a atividade econômica, e portanto a arrecadação. Sempre é bom recordar – e é pena que se precise lembrar isto para a dupla Fraga-Franco – que em 2003, quando assumimos o governo, a inflação era de 12,5%; o dólar estava descontrolado; a dívida interna líquida beirava os 60% do PIB; o desemprego tinha taxas que eram o dobro das de hoje; e o crescimento econômico, do PIB, nem se fala, era pífio.

Mais grave, ainda, é o alarmismo da dupla com a inflação quando ela dá sinais claros de queda e o BC atua para além, inclusive do razoável, elevando os juros a 9,50%. Mas, no fundo o que leva Fraga e Franco a deitar falação sobre os fundamentos macro econômico do país é a eleição que Franco trouxe à baila ao insinuar que o governo rediscute a dívida interna por causa da disputa eleitoral que se avizinha.



Blog do Zé Dirceu

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