quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

PPS dá mesmo adeus ao PSDB e fecha com Eduardo Campos




Depois de toda uma vida como linha auxiliar do PSDB, uma espécie de sublegenda tucana, o PPS um ano após chegar à maioridade pulou este ano para outra trincheira. Fundado a 19 de março de 1992, o partido de ex-comunistas, que já anunciara adesão à chapa presidencial do PSB (Eduardo Campos ou Marina Silva, um de presidente, o outro de vice), oficaliza esse apoio no próximo dia 31. A origem do PPS é o PCB, embora uma parte deste tenha continuado, contando em seus quadros, inclusive com o falecido arquiteto Oscar Niemeyer.


A partir dessa data, anuncia o PPS, ele passa a discutir conjuntamente com o PSB (de Eduardo) e a Rede Sustentabilidade (de Marina) as diretrizes do programa de governo da chapa e as alianças regionais. Aqui é que reside o problema: a previsão é de que nessa parte, nas alianças regionais, se eleve o clima de tensão com a ex-senadora Marina Silva, que não concorda com praticamente nada que os parceiros do PSB e agora do PPS aceitam em termos de coligações nos Estados.


O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), já avisa: a aliança nacional não impede que seu partido siga caminho diverso nos Estados.


O presidenciável Eduardo Campos acrescenta assim algumas contas a mais a seu rosário de problemas, ele que tem sido visto como um  engolidor de sapos preparados por Marina, que desde que firmou a parceria Rede-PSB tem se dedicado a resistir e até a desfazer alianças que Eduardo permitiu que o seu PSB firmasse e mantivesse há vários anos em diversos Estados, especialmente com o PSDB.


São Paulo, o grande problema do trio PSB-Rede-PPS


São Paulo é um dos exemplos mais concretos dessa situação. Com chances de sucesso próximas de zero, o PSB paulista ainda luta para apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), de quem é aliado há vários anos – e o partido há vários governos. O PPS, também aliado do tucano Alckmin, luta para ficarem todos juntos na tentativa de reeleição em São Paulo. Mas Marina pressiona por uma candidatura própria da parceria PSB-Rede, agora mais difícil porque a candidata dos sonhos, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), já avisou que não aceita.


A mudança de barco do PPS nacional é problema, também, para o candidato tucano ao Planalto, senador Aécio Neves (PSDB-MG), acostumado a ter o partido aliado na maioria das eleições que disputaram nos últimos 20 anos. Aécio lutou até a última hora para manter o PPS a seu lado e a legenda também se ofereceu para abrigar as candidaturas presidenciais de José Serra e Marina Silva, mas ambos declinaram da oferta.


Agora que o PPS segue Eduardo Campos, Aécio, tudo indica, vai para a disputa presidencial de outubro apenas com o incerto apoio do DEM, que acompanha os tucanos há várias eleições, mas que agora acenou com esse apoio ainda e em certos momentos até fala em sair com candidato próprio ao Planalto para a eleição de outubro.



Blog do Zé Dirceu

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