sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

PT vê objetivo político em ação na cracolândia

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Equipe da Prefeitura enxerga, na ação da Polícia Civil que terminou em confronto com usuários de drogas ontem na região central de São Paulo, a intenção de prejudicar o programa Braços Abertos, do prefeito Fernando Haddad; interpretação reacende ainda o movimento para que o petista se afaste do governador Geraldo Alckmin (PSDB); Haddad definiu ação como "lamentável" e indicou faísca na relação com o estado: "[a ação] rompeu um diálogo muito produtivo que o município tinha com o governo. Coloca em risco todo um trabalho que vinha sendo feito há seis meses no local"
24 de Janeiro de 2014 às 11:06


SP 247 – A ação da Polícia Civil, nesta quinta-feira 23, na cracolândia, região central de São Paulo que concentra usuários de drogas, prejudica a relação entre o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB), além de reacender, entre os petistas, a pressão para que Haddad se afaste do tucano. Ao longo de 2013, primeiro ano da gestão do prefeito, o trabalho entre os dois poderes foi feito de forma amigável, mas a disputa ao governo do estado esse ano pode tornar o cenário tenso.


Haddad, que atua no local com o programa Braços Abertos – que consiste em dar emprego para as pessoas que vivem ali e dar a elas abrigos em hotéis próximos – classificou a ação de "lamentável" em coletiva de imprensa convocada às pressas depois de conflito entre policiais civis e dependentes químicos. "[A ação] rompeu um diálogo muito produtivo que o município tinha com o governo. Coloca em risco todo um trabalho que vinha sendo feito há seis meses no local", atacou o prefeito.


O petista chegou a dizer que acredita que Alckmin também não tinha conhecimento da ação, assim como ele. Mas dentro da Prefeitura, a impressão é de que houve um ato proposital para atrapalhar o programa do poder municipal. O jornalista Kennedy Alencar avalia a questão de forma parecida na rádio CBN, da Globo, nesta sexta-feira 24. Segundo ele, a ação da Polícia Civil "levanta uma suspeita de sabotagem ao programa Braços Abertos".


"No caso de ontem, na cracolândia, a ação da Polícia Civil foi absolutamente desastrada e levanta uma suspeita de sabotagem ao programa Braços Abertos", disse Kennedy. O jornalista acrescenta que o programa da Prefeitura, por prever uma abordagem mais humanista, "tem que ser respeitado e depende justamente da confiança dos usuários que eles não vão ser tratados com violência. Na prática, a polícia está implodindo o Braços Abertos", avalia.


A equipe ligada ao programa se mostrou decepcionada com a ação da polícia, mas a ordem dada foi de evitar a politização do tema. Do lado do governo, a decisão foi de apoiar a ação da Polícia Civil, classifica como "legítima". A chefia da corporação negou o uso de balas de borracha, testemunhado, porém, pela imprensa. Nos bastidores da equipe tucana, existe agora o palpite de que a prefeitura pretende transferir o ônus de um eventual insucesso do programa para o governo Alckmin.



Brasil 247

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