terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Com real, Aécio traz FHC para o centro da campanha

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Nesta terça, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) promove uma solenidade especial no Senado para festejar os vinte anos do Plano Real; evento terá a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, a cada dia, se mostra mais influente na definição dos rumos de sua campanha presidencial; economistas que fizeram parte da equipe de FHC, como Pedro Malan e Armínio Fraga, já estão entre os principais conselheiros de Aécio; candidato tucano tenta resgatar a imagem de um governo que, segundo alguns analistas, criou as bases da estabilidade econômica, mas, para muitos, não evoca boas lembranças; enquanto antecessores de Aécio em outra disputas presidenciais, José Serra e Geraldo Alckmin, esconderam FHC, mineiro faz o inverso; estratégia vai dar certo?
25 de Fevereiro de 2014 às 06:49


247 - A campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) ao Palácio do Planalto é também uma tentativa de resgate da imagem do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nesta terça, por exemplo, o Senado promove uma sessão especial, por iniciativa de Aécio, destinada a comemorar os vinte anos do Plano Real. Nela, pela primeira vez em muitos anos, FHC estará de volta ao Senado e poderá falar sobre a guerra contra a inflação. “Os princípios do Plano Real foram apropriados por nossa sociedade de tal forma que, desde então, os sucessivos governos não abriram mão de sua defesa. Entretanto, o tempo passa e uma nova geração de brasileiros, aqueles que eram muito jovens em 1994 e os que hoje têm menos de 20 anos, não viveram o horror da inflação, como seus pais. Mesmo a nossa memória se relativiza com o passar dos anos", diz Aécio.


Com estas iniciativas, Aécio faz exatamente o oposto do que seus antecessores tucanos na disputa do Palácio do Planalto, que foram José Serra e Geraldo Alckmin. Ambos o esconderam ou se mostraram envergonhados na defesa de seu legado. Aécio, ao contrário, não apenas exalta FHC, como o escuta, vai a eventos públicos a seu lado e também trata economistas que fizeram parte de seu governo, como Pedro Malan e Armínio Fraga, como conselheiros especiais. É uma estratégia de risco, uma vez que FHC, embora seja visto por alguns como o presidente que criou as bases da estabilidade, também liderou um governo que ainda evoca más lembranças para muitos brasileiros. Mas, se escondê-lo não deu certo, Aécio ao menos tenta um caminho diferente. 


Abaixo, reportagem da Agência Senado:


Agência Senado - O Congresso Nacional realiza na terça-feira (25), às 11h, sessão solene destinada a comemorar os 20 anos de lançamento do Plano Real. O evento, que acontece no Plenário do Senado, contará com a participação de diversos senadores e deputados e está confirmada a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco também deve comparecer.


O Plano Real, lançado em 27 de fevereiro de 1994, no governo de Itamar Franco, com a edição da Medida Provisória 434/1994, foi um amplo programa de estabilização econômica que teve como principal objetivo o controle da hiperinflação que assolava o país. Entre outras medidas, criou a Unidade Real de Valor (URV), moeda virtual que serviu para a transição entre o Cruzeiro Real e o Real. Aprovada na forma de projeto de lei de conversão (PLV 11/1994), a MP se transformou na Lei 8.880/1994.


Elaborado a partir de 1993 por uma equipe de economistas reunida e capitaneada pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, utilizou-se de diversos instrumentos econômicos e políticos para a redução da inflação que chegou a 46,58% ao mês em junho de 1994, quando do lançamento da nova moeda, o Real.


Na avaliação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que sugeriu a sessão especial, desde a implantação do Plano Real renasceu no Brasil a esperança da construção de um futuro planejado. Antes da medida, segundo Aécio, a inflação e a desordem nas finanças públicas colocaram o Brasil, por várias ocasiões, à beira do caos.


Para o senador, a celebração da criação do Plano Real é uma forma de permitir, às novas gerações, o conhecimento do que representou para o desenvolvimento do país a iniciativa empreendida no governo Itamar Franco.


“Os princípios do Plano Real foram apropriados por nossa sociedade de tal forma que, desde então, os sucessivos governos não abriram mão de sua defesa. Entretanto, o tempo passa e uma nova geração de brasileiros, aqueles que eram muito jovens em 1994 e os que hoje têm menos de 20 anos, não viveram o horror da inflação, como seus pais. Mesmo a nossa memória se relativiza com o passar dos anos", diz Aécio.


Para o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), a população brasileira vai comemorar nesta terça-feira (25) 20 anos de estabilidade econômica e a derrota da inflação “que corroía o poder aquisitivo do trabalhador”.


— Foi uma das vitórias mais importantes da história econômica do nosso país. Muitos dos que hoje vivem em um sistema com pouca inflação não têm ideia do que era uma conjuntura econômica de inflação de até 80% ao mês — disse Ferraço, lembrando que era deputado estadual em 1994.


O senador acrescentou que, embora a inflação descontrolada faça parte de um passado que talvez seja melhor esquecer, o governo precisa se manter atento para continuar garantindo a estabilidade econômica para o país e a população.


O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que a população brasileira tem muito a comemorar com os 20 anos do plano que estabilizou a economia.


— O Plano Real é um divisor de águas que acabou com a inflação no país e inaugurou um novo conceito de administração pública com base na Lei de Responsabilidade Fiscal. O Plano Real é o grande promotor da inclusão social no Brasil — disse Alvaro Dias lembrando que estava sem mandato em 1994 mas, em 2000, foi relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do projeto que daria origem à Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar101/2000).


Desde 1942 foram feitas muitas reformas no país das quais nasceram seis novas moedas, a saber: Cruzeiro (1942 a 1967), Cruzeiro Novo (1967 a 1970), Cruzeiro (1970 a 1986), Cruzado (1986 a 1989), Cruzado Novo (1989 a 1990), Cruzeiro (1990 a 1993) e Cruzeiro Real (1993 a 1994). A inflação acumulada de 1967 até 1994 foi de aproximadamente 1.142.332.741.811.850% (IGP-DI).




Brasil 247

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