segunda-feira, 24 de março de 2014

Indiferente ao massacre, Petrobras dispara na Bolsa

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Efeito Ibope era falso; papéis da Petrobras continuam subindo mesmo depois de pesquisa apontar vitória da presidente Dilma Rousseff em primeiro turno; pregão de hoje fechou com alta de quase 3%; ganhos na semana passada foram de mais de 11%; no mercado de opções, onde investidores compram o papel por um preço futuro, altas já são de até 314%; compradores identificaram piso de queda e acreditam que só têm a ganhar no curto, médio e longo prazos; gestão da presidente Graça Foster procura olhar para frente e superar efeitos do caso Pasadena; especulação negativa chegou ao fim?
24 de Março de 2014 às 18:19


247 – Depois de experimentar uma série de altas em suas ações em razão de uma especulação negativa, nesta segunda-feira 24 a Petrobras registrou nova disparada no índice da bolsa de valores de São Paulo. Mas agora o motivo é positivo. Provou-se falso atribuir as altas registradas na semana passada, que somaram mais de 11% entre a segunda-feira 17 e a sexta-feira 21, ao chamado efeito Ibope. A estatal está em alta por suas próprias circunstâncias.
Havia rumores de que a presidente Dilma Rousseff iria perder pontos no levantamento, o que teria motivado a alta nas ações da estatal. Mas a pesquisa confirmou que Dilma tem intenções de votos suficientes para ganhar a disputa em primeiro turno – e também assim os papéis da companhia continuaram a subir.


No pregão de hoje, as ações da Petrobras subiram 2,7%, aumentando para mais de 13% os ganhos desde a semana passada. Essa escalada acontece em meio aos ataques da oposição à compra, em 2006, pela estatal, da refinaria de Pasadena. Há até mesmo ameaça ao governo de instalação de uma CPI no Congresso para investigar o negócio, mas nem isso abalou a certeza dos investidores de que os papéis da companhia têm espaço para subir.


A análise mais correta para a ótima performance da Petrobras na bolsa nos últimos dias aponta para o reconhecimento, pelo mercado, de que o preço das ações havia chegado ao fundo do poço – e dali, portanto, não poderiam descer mais. Na segunda 17, antes da escalada, as ações da Petrobras atingiram uma baixa histórica ao nível do preço do papéis em 2005.


A explicação dada pela presidente Dilma, em nota, a respeito do parecer que considerou "omisso" e "falho" em torno da compra da refinaria de Pasadena foi bem assimilada pelo mercado. Tanto que, depois da divulgação do posicionamento, os papéis da estatal não mais fecharam em baixa. Integrantes do Conselho de Administração presidido, naquele período, por Dilma, como o ex-banqueiro Fabio Barbosa e o empresário Jorge Gerdau corroboraram com as informações prestadas pela presidente.


O mercado também pode estar dando um sinal de que entendeu o plano de investimentos apresentado no último dia 15 pela presidente Graça Foster, que prevê aportes de recursos de US$ 220,6 bilhões até 2018. Para este ano, o plano apresentado por Graça prevê um aumento de 7,5% na produção de óleo em relação ao realizado em 2013. De início, a redução nos investimentos foi vista com reservas, mas agora parece se consolidar a impressão entre investidores de que a diretoria da estatal escolheu o caminho do realismo na readequação de seu orçamento para os próximos anos.


O receio de uma eventual CPI no Congresso sobre a compra da refinaria de Pasadena não está, até aqui, assustando o mercado. Na negociações de opções, que compradores e vendedores estabelecem hoje um preço de ações para ser honrado em datas futuras, os títulos da Petrobras com vencimento para os próximos dias tiveram altas de até 314%.


Há muito de smart money – o velho e conhecido capital volátil – em torno da alta da Petrobras. Mas a esperteza não é único ingrediente que está fazendo as ações subirem. O componente confiança na companhia também está sendo precificado – e, como se verifica nos últimos pregões, positivamente.



Brasil 247

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