quarta-feira, 11 de junho de 2014

Graça Foster diz que negócio da gestão FHC foi pior do que Pasadena

Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados:
Em depoimento à CPMI da Petrobras, residente da estatal avaliou que a compra da refinaria de Bahia Blanca, na Argentina, feita durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, foi menos interessante que a de Pasadena, nos Estados Unidos, feita quando Lula era presidente; "Pasadena é um investimento menor para uma capacidade maior", disse
11 de Junho de 2014 às 17:07


Agência Câmara - A presidente da Petrobras, Graça Foster, avaliou que a compra da refinaria de Bahia Blanca, na Argentina, feita durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso na Presidência da República, foi menos interessante que a de Pasadena, nos Estados Unidos, feita quando Luiz Inácio Lula da Silva ocupava o Palácio do Planalto.


"Pasadena é um investimento menor para uma capacidade maior", disse, ao lembrar que a refinaria na Argentina tem capacidade para processar 30 mil barris/dia, e Pasadena pode processar 100 mil barris diários. Ela participa de reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias contra a estatal.


A investigação de eventos durante a gestão tucana na Presidência foi aprovada em 3 de junho pela comissão, mesmo após pedido do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) para retirar esses requerimentos da votação pelo colegiado. Ele argumentou que essas investigações fugiam ao escopo da CPMI, que começa em 2005.


Presidente da Petrobras justifica atuação da estatal

Graça Foster apresentou explicações sobre os quatro eixos de investigação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre denúncias contra a estatal. Ela falou por mais de uma hora, justificando cada ponto de investigação da CPMI.


Sobre a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, Foster reafirmou, pela quarta vez em poucos meses, que a aquisição da refinaria foi um mau negócio se analisado atualmente, mas uma compra potencialmente boa a partir do cenário da época. "A refinaria de Pasadena nos dias atuais não foi um bom negócio, com as condições atuais", disse. A compra da refinaria ficou em um custo de 1,25 bilhão de dólares, somados a 680 milhões de dólares em obras de manutenção.


Em relação aos contratos com a SBM Offshore, a presidente afirmou que não há privilégios para a empresa holandesa. Há denúncias de que a SBM pagou propina a funcionários da Petrobras para conseguir benefícios.


A executiva disse que a estatal tem, desde 1996, 27,67 bilhões de dólares em contratos com a empresa holandesa para fretar dez plataformas (nove alugueis e uma construção). Segundo ela, das 23 plataformas do tipo FPSO (Unidades Flutuantes de Produção, Armazenamento e Descarga) da Petrobras, oito são da SBM Offshore e outras oito da empresa japonesa Modec Inc.

Segurança

"Neste ano de 2013, do ponto de vista de segurança e meio ambiente, tivemos o melhor ano histórico dos últimos 60 anos", disse a presidente da estatal, ao explicar a melhoria em segurança nas plataformas, terceiro eixo de investigações da CPMI.
Foram quatro mortes de trabalhadores em 2013, nove a menos que as 13 registradas em 2012. "São dois elementos fundamentais: a vida acima de qualquer coisa, e a produtividade da companhia", disse.


Abreu e Lima

Graça Foster relacionou o aumento do custo da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, dos 2,5 bilhões de dólares em 2005 para os atuais 18,5 bilhões de dólares, ao fato de que a estatal estava há mais de 20 anos sem construir novas refinarias. "As referências não foram de uma refinaria nova, mas de expansões de custos unitários de valor baixo", reconheceu.


Sem citar nomes, a presidente da Petrobras rebateu a acusação do ex-diretor de abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa sobre os cálculos feitos para construção da Abreu e Lima. "Podemos ter cometidos todos os erros, mas foi um trabalho técnico, de quem fez a última refinaria na década de 80."


Costa afirmou em entrevista que a Petrobras fez "conta de padeiro" para aprovar a construção da refinaria. Ele ficou dois meses preso por envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões, investigado na operação Lava-Jato da Polícia Federal.


Venezuela

Em relação à parceria entre a Petrobras e a estatal Petróleos de Venezuela S/A (PDVSA), que acabou não acontecendo, Graça Foster disse que a avaliação foi de que a empresa não atendia as expectativas. "Por cinco anos trabalhamos para que a PDVSA viesse." A incorporação dos 40% que ficariam a cargo da estatal venezuelana foi feita em dezembro de 2013.


Brasil 247

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