segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Em crise, Abril corta cúpulas comercial e editorial





Bolex - Boletim Executivo do Grupo Abril comunica nesta-segunda feira 25 demissão de cinco altos executivos da editora; no ano passado, pouco antes de demitir 150 profissionais, empresa também iniciou cortes pelas chefias; companhia que edita as revistas Veja e Exame sangra em praça pública; receitas publicitárias caem e adaptação ao novo cenário da comunicação eletrônica fracassa; companhia que tem quatro presidentes – Gianca Civita, Titti Civita, Fábio Barbosa, e, agora, Alexandre Caldini – fala em "reestruturação. Profunda, relevante e necessária"; diálogo com funcionários é zero; sindicatos de categorias profissionais estão passivos; plano contratado pelos Civita e Barbosa ao consultor Vicente 'Mãos de Tesoura' Falconi, executado por Caldini, estraçalha imagem de sabedoria e riqueza construída pela Abril

25 de Agosto de 2014 às 14:58




247 – Empresa com quatro presidentes – o presidente executivo, Gianca Civita, o do Conselho de Administração, Victor Civita Neto, o da Abril Mídia, Fábio Barbosa, e o do Grupo Abril, o recém nomeado Alexandre Caldini -, um consultor conhecido como Vicente 'Mãos de Tesoura' Falconi, 9 mil funcionários e uma reputação que sangra e agoniza em praça pública, o Grupo Abril iniciou nesta segunda-feira 25 a continuação do processo de demissões de profissionais, fechamento de títulos e mudanças de chefias que, no ano passado, entre os meses de abril e junho, resultou em 150 cortes em todas as áreas da companhia.

Desta vez, as primeiras vítimas são cinco executivos do mais alto escalão da companhia, com serviços prestados por décadas. O mesmo que, envolvendo outros nomes, foi feito em 2013. Agora, perderam o vínculo com a Abril quadros como a jornalista Claudia Vassalo, que dirigia a revista Exame, e Thais Chede Soares, uma das principais interfaces do grupo com o mercado publicitário. O primeiro nome a ser citado foi o do diretor Fernando Costa.

Também entraram no corte Helena Bagnoli, diretora da revistas voltadas para jovens, e Ângelo Derenze, presidente da Casa Cor, mostra de decoração da qual a Abril tem parte.

Há tensão e nervosismo nas redações do Novo Edifício Abril. Sem forte organização interna e com pouco entrosamento com os sindicatos de suas categorias profissionais, os funcionários da editora têm sido presas fáceis para a sanha corporativa dos herdeiros de Roberto Civita. Para eles, o quadro de 9 mil funcionários é muito numeroso e não consegue ser sustentado pelas receitas publicitárias atuais.

O caminho escolhido, mesmo antes da contratação de Falconi e da contratação de um novo presidente, sempre foi menos democrático possível, apesar da pregação que inunda as páginas de sua principal revista, a Veja. O diretor da publicação, Eurípedes Alcântara, foi mantido no cargo, mas formalmente submetido em suas decisões ao presidente Fábio Barbosa. 
 
 
Brasil 247

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