domingo, 30 de novembro de 2014

OS GRIPEN E A UNASUL

25/11/2014 
 
Autor: Mauro Santayana





(Hoje em Dia) - Incapaz de defender Buenos Aires sequer de um ataque igual ao que derrubou as Torre Gêmeas, para não “desperdiçar” toda uma geração de pilotos, a Argentina está planejando comprar e modernizar 14 caças Kfir C-10 israelenses.

Eles substituiriam os antigos aviões Mirage III franceses da FAA - Força Aérea Argentina, e seriam usados como aeronaves de “transição”, até a aquisição de caças-bombardeios Gripen NG BR, fabricados no Brasil.

Segundo a imprensa local, a vantagem dos Kfir é que eles possuem uma tecnologia anterior, porém mais parecida - as turbinas também são da GE - com a do Gripen NG-BR, uma parceria (40% - 60%) entre o Brasil e a Suécia, que deverá entrar em operação em 2019.

A outra alternativa seria comprar 12 Mirage F1 espanhóis não modernizados, metade para a “canibalização” de peças de reposição, que poderiam ser entregues imediatamente, mas que possuem uma tecnologia já quase totalmente obsoleta.

Buenos Aires precisa decidir, com cuidado, a compra de seu material de defesa.

O Gripen conta, hoje, com peças norte-americanas e do Reino Unido, nação que travou com a Argentina a Guerra das Malvinas, e que não traz boas lembranças da Força Aérea de nossos vizinhos, responsável - mesmo com armamento muito inferior - pelo afundamento de navios como os HMS Sheffield, Coventry, Ardent, Bradsword e outros, e pela morte de dezenas de marinheiros ingleses.

Cerca de 30% do JAS-39E/F, modelo que vai servir de base para o desenvolvimento do Gripen NG BR, possui sistemas e partes de origem inglesa, como os assentos ejetáveis, sistemas eletrônicos, e o radar, além das turbinas GE, norte-americanas, que já citamos.

O governo brasileiro obteve, quando da escolha do avião sueco, ao final da “novela” do Programa FX-2, a licença de fabricação e exportação do Gripen NG (Next Generation) BR, para mercados “cativos”, dos quais estaríamos mais próximos, como a América Latina e a África.

Esse fato, e a possibilidade de as turbinas do novo Gripen serem fabricadas nas instalações da GE-Celma, no Rio de Janeiro, pode ter pesado na intenção argentina, já manifestada pelo Ministro da Defesa daquele país, Agustin Rossi, de adquirir a aeronave.

Buenos Aires vem colaborando com o Brasil em outros projetos, como o do KC-390, do qual está fabricando a porta traseira e os spoilers, e desejaria se juntar, no futuro, ao processo de fabricação de seus Gripen NG BR, depois que a Embraer os estivesse montando totalmente no Brasil.

Com o uso de engenharia reversa, os argentinos poderiam, eventualmente, ajudar na “nacionalização” ou melhor, “sul-americanização” de ao menos parte dos componentes que são hoje produzidos na Europa e nos EUA.

Essa parceria, se desse certo, abriria caminho para a venda do Gripen NG BR para outros países, transformando-o em candidato preferencial a caça-bombardeio padrão da UNASUL.



Hoje em Dia

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