quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O “tô podendo” de Cerveró é fruto do “negócio” com o MP e com Moro


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 · 19/01/2016



Publica a Folha uma materia, agora há pouco dizendo que “desde que fechou o acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria Geral da República), em novembro, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró vem causando problemas na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, onde está preso”.

Estaria exigindo regalias, destratando funcionários e outros presos.

Não se vai aqui tripudiar sobre ele, que está “em cana” há um ano, com todos os efeitos psíquicos que isso possa causar.

Mas é possível especular as razões da mudança de comportamento, descrita na matéria, de um quadro de depressão para outro de arrogância.

Cerveró fez um negócio e se julga merecedor do respectivo pagamento.

Negócio no qual, é evidente para qualquer pessoa que não seja ingênua, esteve incluída a montagem da ratoeira que pegou Delcídio Amaral, evidentemente dirigida pela PF e pelo Ministério Público e preparada com o “vazamento” dos rascunhos de sua delação.

Como também o fato de haver naqueles papeluchos, abundantes citações a Lula e a Dilma que, pelo visto, não foram incluídas no termo de delação por não terem a menor sustentação em fatos ou, ao menos, em indícios concretos.

Curioso é que pelos arroubos de Cerveró, os outros presos estão sendo punidos. Perderam o banho de sol e o direito a conversas reservadas com os advogados- o que, espero, nestes tempos de histeria, não estejam ainda sejam considerados regalias intoleráveis. Diz a Folha:

“Os outros detentos, que já vinham reclamando do comportamento prepotente de Cerveró desde que voltou de uma temporada de dez dias com a família em Itaipava (RJ) negociada com a PGR no escopo de sua delação, passaram a se incomodar ainda mais com ele após a restrição dos direitos.”

Estranho, não é? Cerveró não tem condenação definitiva e está mantido preso como medida cautelar, em tese, para não obstruir investigações ou destruir provas. Se estivesse cumprindo pena das condenações que recebeu, deveria estar num presídio, não na PF.

Será que dez dias não bastariam para que ele fizesse o que a detenção cautelar visaria evitar?

Cerveró está detido porque se espera – cada vez menos se espera, é verdade – que possa ser “ordenhado” um pouco mais.

E a PF, agora, vaza seu “mau comportamento” para se livrar dele, que já considera “seco”.

Tudo na Lava Jato é assim: um negócio, que “rende” ou que “não rende”.


Tijolaço

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