terça-feira, 28 de junho de 2016

Lei Rouanet: picaretagem é de coxinhas, não de “barbudinhos do PT”. Por Jari da Rocha






A operação deflagrada hoje para investigar desvios em projetos de captação via Lei Rouanet poderá trazer um pouco de luz às tolices replicadas diariamente nas redes sociais como símbolo de barganha petista em favor de artistas de ‘esquerda’.

A investigação partiu da Controladoria Geral da União, criada no governo Lula e extinta pelo de Temer, que enviou documentos à Polícia Federal sobre irregularidades no uso da lei.

O governo anterior vinha tentando, além disso, mudar a própria lei, cheia de frestas para a roubalheira.

Para Juca Ferreira, a Lei Rouanet é uma “injustiça federativa”, por beneficiar segmentos que não são os que mais precisam de apoio público. Segundo ele, 80% dos projetos liberados para captação pela Comissão Nacional de Investimento Cultura (CNIC) são dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com o agravante de estarem centralizados em poucas empresas.

O mapa (do Brasil) de captações é escandaloso, a maioria dos projetos que conseguem ser executados partem de dois bairros do país. Jardins (SP) e Leblon (RJ). A lista dos maiores beneficiados frustra qualquer tentativa de atribuir, o uso da lei, como forma de ‘cooptar’ apoiadores de Lula ou Dilma. Muito pelo contrário.

A Folha publicou os nomes dos envolvidos, além de gráficos que auxiliam aos interessados em informações (e não ilações) sobre a necessidade de mudanças na Lei.

Os envolvidos em fraude no valor de R$ 180 milhões não são, essencialmente, artistas.

São os que os utilizam, senhores muito bem postados no mundo dos negócios: a Bellini Eventos Culturais (principal operador do esquema, dirigida por um ex-diretor do Itaú Cultural) e escritório de advocacia Demarest, o segundo maior do país. Além deles, as empresas Scania, Kpmg, Roldão, intermédica, Laboratório Cristalia, Lojas Cem, Cecil e Nycomed Produtos Farmacêuticos.

Como se vê, não são os “barbudinhos do PT”.

O casamento ( entre Felipe Amorim e e Carolina) bancado com recursos de isenções fiscais num “beach club” de Florianópolis não poderia ser mais coxinha, inclusive com um show de Leo Rodriguez e sua “Viatura da Paixão”.

Colocar a cultura brasileira no mesmo saco que isso é a mais completa burrice. Achar que investimento em Cultura é gasto, ao contrário, traz retorno financeiro, distribuição de renda, gera economia e nos afirma como nação.


Tijolaço

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