segunda-feira, 27 de março de 2017

FHC e a maxidesvalorização de 1999

SEG, 27/03/2017 - 06:56




Comprei, mas não li ainda o terceiro volume das memórias de Fernando Henrique Cardoso na presidência. Fala da maxidesvalorização de janeiro de 1999.

Acompanhei de perto esse episódio, como colunista da Folha e comentarista da Bandeirantes.

No segundo semestre de 1998 já estava nítido que não haveria como manter o congelamento do câmbio. Gustavo Franco era presidente do Banco Central e se apegava ao congelamento como se fosse um filho dileto, do qual não queria se afastar.

Como narrei no livro "Os Cabeças de Planilha", antes do lançamento do Real, banqueiros estrangeiros foram procurados pelo economista Winston Fritsch com a informação de que o governo pretendia derrubar o preço do dólar e convocando-os a ajudar os economistas do Real que atuavam no mercado a apostar na queda do dólar nos mercados futuros.


Em poucos meses, a apreciação do real comprovou-se desastrosa, destruindo rapidamente o superávit comercial brasileiro.

No início de 1995, a fragilidade das contas externas serviu de álibi para que Pérsio Arida, presidente do BC, jogasse as taxas de juros em níveis estratosféricos. Logo depois, uma visita de Pérsio à fazenda do banqueiro Fernão Bracher, em São Carlos, foi tratada como escândalo, levando à sua demissão. Em seu lugar assumiu Gustavo Loyolla, que manteve os juros nas alturas, sob o argumento de que não poderia reduzir muito rapidamente para o caso de ser necessário subir de novo – um argumento primário, mas que a atoarda da mídia transformava em decisão técnica.

O câmbio continuou super-apreciado até fins de 1998.


No segundo semestre de 1998, o Ministro da Fazenda Pedro Malan negociou um empréstimo-ponte junto ao FMI com duas intenções claras. A primeira, manter o câmbio congelado até passar as eleições. A segunda, dar uma porta de saída para o capital especulativo.

Depois de terem ganhado os tubos com o diferencial de taxas de juros, o empréstimo do FMI permitia aos capitais especulativos sairem sem riscos, ganhando em cima do real apreciado antes que estourasse uma maxi inevitável.

Desde 1997 na presidência do Banco Central, Gustavo Franco dera início a um conjunto de operações especulativas temerárias. Autorizou o Banco Araucária a explorar as contas CC5 em Foz do Iguaçu e espalhou essas contas por todo o país. O caso apareceu no escândalo do Banestado, mas acabou encoberto.

Depois, vazou a informação de que o Banco Central pretendia recomprar títulos da dívida brasileira emitidos no Plano Brady. A ideia era levantar os preços dos papéis no mercado internacional, permitindo grandes ganhos ao Banco Garantia, no qual seu pai tinha uma pequena participação acionária. A eclosão da crise da Rússia melou a operação, infringindo grandes perdas ao Garantia e levando o controlador Jorge Paulo Lehman a se desfazer dele e passar a apostar em papéis reais da Ambev.

No final de 1998, o dólar estava em R$ 1,20 (https://goo.gl/hZC6wg). Terminadas as eleições, o governo começou a preparar a saída. E o bode expiatório foi Chico Lopes, diretor de política monetária do BC e, desde sempre, crítico da temeridade da política cambial.

Gustavo foi demitido e Chico assumiu a presidência do BC para conduzir o descongelamento do câmbio. Sem experiência com mesa de operação, bolou a tal banda diagonal exógena, um sistema de reajustes que, segundo ele, permitiria o câmbio deslizar controladamente para a nova taxa de equilíbrio. Seria o mesmo que, em um estouro da boiada, colocar um professor com um quadro negro na frente para explicar à boiada como se comportar.

Chegou-se a uma situação crítica com risco sistêmico para a economia. Lembro-me de ter telefonado para Pedro Parente, então Ministro-chefe da Casa Civil, insistindo para que convocasse Emilio Garófalo, funcionário aposentado do Banco Central. Em crises anteriores, no período Maílson e na passagem para Collor, com menos de um bilhão de dólares de reservas, Garófalo fizera milagres, impedindo a quebra do país.

A sugestão não foi acatada, e o governo estava literalmente atarantado, sem saber o que fazer.

Para não gastar as últimas reservas cambiais, Chico instituiu uma regra permitindo a quem tinha dívida em dólar converter em reais de acordo com determinada paridade.


A essa saída recorreram os Bancos Fonte-Cindam e Marka. Essa operação rendeu um inquérito de procuradores, que chegaram a invadir a casa de Chico Lopes e levar até computadores pessoais de sua filha. Pedro Malan ajudou a cravar a faca no peito de Chico Lopes, com uma declaração dúbia que jogou todos os holofotes sobre ele.

Esses dias mesmo li um comentário sobre o livro de FHC, onde alguém dizia que FHC dissera a Chico Lopes que o câmbio seria mantido sob controle, Chico teria avisado os bancos Marka e Fonte-Cindam e FHC teria voltado atrás. Ambos os bancos teriam quebrado porque baseados em informações falsas de Lopes.

A fonte das informações era outra.

O caso da Tendências Consultoria

A consultoria Tendências foi montada por um ex-garimpeiro, Natan Blanche, inteligente, um dos profetas da liberalização cambial, que fez um trabalho excepcional de cooptação de funcionários públicos da Fazenda e do Banco Central no período Maílson da Nóbrega. Culminou com a ida de Maílson como sócio da Tendências.

Conhecia as jogadas de Maílson desde os tempos de Ministro.

Dois episódios deixaram claro como operava.

Na época, montei a Agência Dinheiro Vivo, que tinha boa penetração no mercado. A parte mais especulativa do mercado eram as apostas em torno da UFIR (fixada pela Secretaria da Receita Federal) com base nos índices de inflação do IBGE e da FGV.

Montamos um Departamento Econômico e, pioneiramente, decidimos criar simuladores de inflação e de outros índices. O grande especialista em preços era o economista Gil Pace, que trabalhara com Delfim Neto e, depois, passara pela Fazenda, com Maílson. Chamei-o no escritório perguntei se aceitaria uma consultoria para nos orientar na montagem da planilha. Na época, trabalhava na DV a Marília Stábile, que era uma excelente acompanhadora dos preços no mercado.

Sua resposta foi surpreendente:

- Não precisa de simulador. Você me paga um tanto por mês e tenho técnicos do IBGE que me informam antecipadamente os índices.

Obviamente não aceitamos sua proposta.


Antes daquela conversa, nos tempos de Maílson Ministro, estive uma vez no Ministério da Fazenda. Lá, um técnico me informou de onde partiam os vazamentos sobre a UFIR:

- Da sala ao lado, disse ele

Era a sala que abrigava um funcionário da Receita que Maílson trouxera para trabalhar consigo.

De volta para São Paulo, aceitei uma carona de Maílson no jatinho do Banco Central. Lá o informei dos vazamentos e das suspeitas que pairavam sobre o funcionário. Maílson me olhou assustado e nada comentou. Tempos depois, ele foi para a Tendências, levando consigo Gil Pace e o tal funcionário.

No final de 1998, fui contratado pelo Brasilprev – a empresa de previdência privada do Banco do Brasil - para um conjunto de palestras em várias federações da indústria.

O modelo era o mesmo. Gustavo Loyolla, ex-BC e sócio da Tendências, fazia a primeira palestra, sobre conjuntura. Eu, a segunda, sobre microeconomia. Depois, um representante do Banco do Brasil, sobre os planos do banco terminando com uma palestra de Fuad Noman, presidente da Brasilprev, sobre a previdência privada.

Em todas aos encontros, Loyolla começava, abria um power point com tabelas e mais tabelas, uma numerologia sem fim – e sem raciocínios em cima. E, depois, concluía:

- Com base nesses números nós, da Tendência, estimamos que no ano que vem o câmbio não vai alterar mais que 6%.

Dizia aquilo para plateias de mais de 500 pessoas, empresários que colocariam empresas em risco se apostassem cegamente naquele cenário.

Invariavelmente, eu abria minha palestra com elogios protocolares à fala de Loyolla e, depois, com o alerta:

- Pessoal, não apostem todas suas fichas no que Gustavo falou. Tem economistas que acreditam que o câmbio não vai mudar no ano que vem. E outros, como eu, que acham que antes de terminar o primeiro trimestre haverá uma explosão cambial.

O que o Marka, Fonte-Cindam e a Mirian Leitão - que até a véspera da desvalorização sustentava que nada aconteceria a tinham em comum? Os dois primeiros era clientes da Tendências e a Mirian era a voz da Tendências no jornal e TV.

Um dia antes da explosão cambial, a Globonews entrevistou três economistas de mercado, os três garantindo que o câmbio não iria mudar. Detalhe: não informou que os três eram da Tendências.

Era tudo de uma obviedade assustadora. Os US$ 15 bilhões do FMI viraram fumaça em questão de semanas. Era óbvio que, esgotadas as reservas, viria a maxidesvalorização.

O Fonte-Cindam e o Marka quebraram por uma razão mais prosaica. Todas as ordens de compra e venda do BC no mercado de câmbio eram realizadas através da GEROF (Gerência da Área de Câmbio, Operador Financeiro de Renda Fixa, Bolsa e Câmbio.

Provavelmente era da GEROF que a Tendências recebia os insiders. No dia em que o BC liberou o câmbio, obviamente não houve ordem, já que a liberalização consistia no BC não mais intervir no mercado.

A Tendências ficou aguardando a informação sobre o novo teto para as operações de dólar enquanto o tsunami se abateuia sobre o mercado. E Chico Lopes foi jogado às feras. Chico não pertencia ao grupo operador do Real – André Lara, Pérsio Arida, Edmar Bacha, Gustavo Franco, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Winston Fritsch e o próprio Malan.


Alguns meses antes do desastre, um assessor de imprensa providenciara um almoço meu com Salvatore Cacciola, dono do Banco Marka. Anotei a conversa em uma Palm e não usei devido à superficialidade do assunto. Encontrei um sujeito convencido, presunçoso, se vangloriando de ter um departamento técnico que lhe permitia alta margem de acerto nas taxas de juros dos leilões do BC.

Quando estourou a maxi, consultei as anotações e me dei conta de que o vazamento a que ele tinha acesso não era sobre câmbio, mas sobre os leilões do BC.

Alertei em minha coluna e descrevi a maneira de desvendar o enigma. Bastaria levantar as operações da Marka nos leilões de títulos, assim como de outros bancos e, depois, analisar os resultados probabilisticamente.

Mas não houve interesse em aprofundar as investigações. A não ser o senador Eduardo Suplicy – que, de qualquer modo, não deu sequencia nas investigações.

Em 13 de janeiro o câmbio saltou para R$ 1,30; para R$ 1,46 no dia 14, para R$ 1,87 no dia 26 (https://goo.gl/P82ld5)

O fim do governo FHC

A desvalorização do câmbio representou o fim do governo FHC.

Nas semanas seguintes, participei de duas entrevistas com ele, uma pelo Roda Viva, outra pela Bandeirantes.

No livro, ele menciona a entrevista do Roda Viva e diz que recebeu vários telegramas de parabéns. Realista, diz que os que não gostaram não enviaram telegramas e, assim, não tinha como avaliar o resultado da entrevista.

Eu tenho. Foi um desastre! Mas um desastre tão grande que, no final, resolvi levantar uma bola para FHC apresentar alguma coisa positiva. José Paulo Silveira, Secretário Executivo do Ministério do Planejamento, tinha montado um sistema de acompanhamento do orçamento público, o Avança Brasil. Todas as etapas eram registradas por um gerente que registrava cada passo em um sistema Lotus Notes.

Silveira me dizia que a única coisa que faltava era um dia FHC ligar o computador e mandar uma mensagem para qualquer gerente. Aí eles sentiriam que o presidente estava olhando, conferindo entusiasmo à equipe.

No final da entrevista, lembrei FHC que no seu computador havia um acompanhamento de todas as obras públicas e indaguei se ele alguma vez havia consultado o sistema. E ele:

- Imagine! Claro que não.

No dia seguinte, em São Paulo, recebi um telefonema do presidente de um dos maiores grupos nacionais, adepto dos programas de gestão. Estava indignado com a resposta de FHC.

A maxidesvalorização desorganizou completamente a economia. E FHC recorreu ao único receituário que os cabeções do Real conheciam: reagir à maxi com um brutal arrocho fiscal.

Em pouco tempo, os estados sentiram na carne a crise. E se juntaram para cobrar de FHC uma atitude. O governo estava sem uma estratégia sequer.

Aproveitei para levantar um tema que já acenara no início dos anos 90, o encontro de contas, que consistia em levantar dívidas de estados e municípios com a União – basicamente contra o INSS, FGTS – e aportar as empresas de saneamento. Elas se tornariam, então, empresas públicas, isto é com controle do público, dos trabalhadores através de fundos de investimento.

FHC estava em Ilha Solteira, na inauguração da usina. De lá, me ligou o então genro David Zilbertjan, me pedindo que fosse a Brasilia, pois ali poderia estar a solução para a crise com os estados. Pediu que conversasse com Pimenta da Veiga, que tinha assumido o Ministério das Comunicações no lugar de Sérgio Motta e era ligado ao PSDB.

Enquanto atuava por lá, Paulo Rabelo de Castro fazia um trabalho junto ao DEM. E o governador do Paraná Jaime Lerner, adepto de solução similar, conversava com seus pares.

A conversa com Pimenta foi frustrante. Poucas vezes vi homem público mais desinteressado, ocupando o lugar que fora do furacão Sérgio Motta.

Mesmo assim, no sábado FHC acenou para os governadores com o tal encontro de contas. Provavelmente nenhum deles entendeu do que se tratava, mas o termo havia ganhado repercussão midiática. A reunião acabou em aparente paz, a ponto do Financial Time anunciar como a primeira vitória do governo depois do desastre da maxi.

Passado o aperto da reunião, nunca mais se ouviu FHC falando sobre a proposta do encontro de contas.

Por aquele tempo, FHC se desvencilhava gradativamente do DEM e passaria a se apoiar no PMDB. Ali começava o reinado do mais suspeito grupo político da era moderna, reunidos em torno de Michel Temer – que liderava o PMDB pelo fato de ser absolutamente anódino – sobressaindo-se Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima e Moreira Franco.

De crise em crise

Nos dois anos seguintes, a crise política se abateria como um furacão sobre o governo, agravada pelos erros que levaram ao “apagão”. E, aí, reconheça-se que a habilidade de FHC e a aliança com o PMDB permitiram a ele manter-se no poder, ainda que completamente amorfo.

O senador Antônio Carlos Magalhães, do DEM, foi o mais atrevido a se valer do enfraquecimento do governo. Semanas depois da máxi, atravessou a pé a praça dos Três Poderes, do Senado até o Palácio, co uma comitiva de parlamentares, como se fosse um vice-rei, exigindo solução para o caso Econômico. Voltou a pé, cercado pela mídia, e informou de quanto seria o próximo reajuste dos combustíveis.

Estava no Rio, naquele dia. No comentário no Jornal da Band, critiquei duramente a falta de limites de ACM. Na Folha, disse que, ao contrário do filho Luiz Eduardo, falecido, ACM não tinha a menor educação institucional.

Por aqueles dias, ACM tentava conseguir assinaturas para uma CPI sobre o Projeto Sivam. Quem o derrubou foi o senador Jader Barbalho que disse que assinaria se ele topasse assinar outro sobre a Pasta Rosa e sobre o Banco Econômico.

Escrevi sobre o tema mostrando como Jader se comportara com uma Índio que entrava na mata com uma faca nos dentes, disposto a lutar até o final. E que ele vencera a batalha contra ACM, com um autêntico abraço de afogado.

A resposta de ACM foi um fax enviado para o meu escritório, me desafiando para um duelo. Que eu escolhesse um local e ele denunciaria e mim, ao meu chefe (supus que se referisse a Otávio Frias de Oliveira).

Seu assessor era Fernando César de Mesquita. Mandei uma resposta dizendo para o senador escolher o restaurante, que teria muito prazer em duelar com uma memória viva da República.


O fax acalmou ACM e Mesquita me ligou para explicar sua reação. Sua indignação era com FHC, porque falava uma coisa na frente e por trás dizia outra coisa. Estava indignado com a deslealdade.

A crise foi se acentuando e, em um fim de semana de 2001, ACM saiu atirando em reportagens de várias revistas, investindo pesadamente contra FHC, com denúncias de toda ordem.

No sábado, eu tinha almoço marcado com José Serra no restaurante Mássimo. Com o tiroteio Serra decidiu remarcar no Hotel Cá Doro. Na conversa disse a ele que a disputa de FHC com ACM não poderia dar empate: ou FHC liquidava com ACM ou seria liquidado.

Serra contou prosa para mim:

- Por isso é que não me querem na Presidência. Porque sabem que não dou moleza.

Mantinha a fama de mau apenas nos dossiês contra adversários, não na atividade pública, como demonstraria à exaustão nos anos seguintes, como prefeito e governador.

Na segunda tinha uma palestra em Brasília. Por volta do meio dia, a caminho do aeroporto, recebo telefonema de Serra perguntando se aceitaria almoçar com FHC no Alvorada.

Pedi para o motorista voltar e rumei para o Alvorada. Serra estava esperando. FHC chegou um pouco depois e ficamos conversando. Serra não falava nada. Submissamente, apenas ouvia o que FHC dizia. Ali deu para entender melhor a relação de amor-conflito entre ambos. Serra dependia em tudo de FHC e, perto dele, comportava-se como um discípulo obediente. De sua parte, FHC suportava pacientemente as viradas de humor de Serra e os venenos que, de vez em quando, espalhava pela imprensa.

No meio da conversa, Serra pediu que eu dissesse a FHC o que havia dito para ele. Nem me lembrava.

- Sobre o ACM!, explicou

Achei estranho. A troco de quê Serra precisava levar um jornalista para conversar com FHC para dizer algo que ele próprio Serra poderia dizer?

Repeti então para FHC o que havia dito para Serra. A resposta foi surpreendente:

- Antônio Carlos está liquidado. O caso da quebra de sigilo da votação do Senado vai liquidar com ele.


O caso – que realmente levou à renúncia de ACM – ainda não tinha vazado. Mas FHC já tinha tudo articulado com Orestes Quércia e com Jader Barbalho. Ali no Alvorada, ele contava o acordo senhor da situação. AO lado, Serra parecia um discípulo surpreso ouvindo a lição do professor.

Foi um episódio no qual FHC mostrou uma determinação que não tinha visto antes. E, pela primeira vez, ficou nítido para mim a verdadeira dimensão de Serra, pequeno, intimidado ante a presença maior de FHC.

Pouco tempo depois, ACM renunciaria.



Jornal GGN

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