segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Nem que seja, por Rui Daher

SEG, 28/08/2017 - 08:07


Nem que seja, por Rui Daher

Apesar de ter sido publicado no GGN no dia 25 de agosto, coincidência ou não, ao final, Luís Nassif sugere ter escrito o texto “Apelo aos brasileiros de boa vontade”, em 24 de agosto, o que nos remete a 1954, ano em que o presidente do Brasil, Getúlio Vargas, se suicidou, em período de crise, a meu ver e de muitos, menos grave do que o atual.

Creio que poucos leram o texto “Forte Copacabana – parte 2, a entrevista”, publicado neste BRD, em 7 de julho, logo após o estrondoso sucesso do lançamento do “Dominó de Botequim”, no Rio de Janeiro. Na ocasião, eu, Nestor e Pestana entrevistamos o Comandante de Artilharia Luís Juvenal Arruda Carvalho Araújo e Silva, responsável pelo Forte. Se houver curiosidade e alguma disposição ao humor.

Para que vocês não pensem de prima que estão defronte à mais uma galhofa do BRD/N&P, enganam-se.

Diante das aberrações institucionais, políticas, econômicas e sociais que são cometidas contra a nação, numa velocidade inaudita e destruidora, este editorial pede a imediata intervenção militar no País, com a destituição do governo usurpador de Michel Temer, o fechamento do Congresso Nacional, a revisão de todas as decisões tomadas em conluio com a equipe econômica, inclusive privatizações realizadas e sugeridas, até que um novo governo seja eleito em 2018, através de eleições livres, diretas, dentro das regras estabelecidas pela Constituição vigente.

Até lá, o Poder Executivo será exercido por uma Junta constituída por militares das três Forças, um jurista de grande tradição e renome, um diplomata com ideário voltado à soberania, e economista ou empresário identificado com o nacional-desenvolvimentismo.

Reformas somente depois de um governo eleito por voto popular nas condições ditadas hoje pela Constituição de 1988. No momento, só importa estancar os desvarios. Quais? 

A política para o setor elétrico, com a Eletrobrás sendo entregue ao controle estrangeiro, provavelmente da China, é um item de soberania intocável no planeta. Afetará os custos do setor automobilístico, perder navegabilidade competitiva para o crescente escoamento da soja, produzida no Mato Grosso, pelos portos do Arco Norte, o que provoca orgasmos nos produtores de grãos norte-americanos com tal dádiva.

O Programa Luz para Todos, que em minhas Andanças Capitais noto vicejar através de energia renovável, se mantido, estará ligado aos combustíveis fósseis, estando o pré-sal parte conosco parte com os EUA de Donald Trump.

Nossa matriz energética, que se revelava a mais limpa do planeta, cobrará a conta da fraca reação ambientalista, inclusive ao feito do presidente brasileiro assinando decreto para extinguir a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), que abrange uma área de 47 mil quilômetros quadrados na floresta amazónica entre os estados do Pará e do Amapá.

Sempre fui furioso ao dizer que o fim da floresta amazônica estava ligado a interesses estrangeiros, imobiliários e à extração de minérios. Pouco a ver com a produção se soja, pouco viável. Livrava a cara do agronegócio, exceção à extração madeireira.

Deu-se que, diante da fragilidade de uma oposição desqualificada, pífia, “sissy”, ao perder as eleições em 2014, juntou-se uma série de fatores adversos, contraditórios às vezes, que permitiu o reforço do acordo secular de elites. Bobos, entramos. Outros, também bobos, foram atrás. Um traidor e corrupto histórico (Temer), uma quadrilha (a maioria do Congresso comandado pelo PMDB), uma sacristia missionária, certa de que terminaria com a corrupção no País (Lava-Jato, MPF, STF), e folhas e telas cotidianas que, até hoje, não perceberam correrem cheirando o rabo das Organizações Globo, sem qualquer ideia autônoma, promoveram o impeachment de, talvez, a única pessoa honesta em toda essa história.

Fato é que estamos vendendo o País em troca de um ajuste fiscal de que nem bem sabemos o que é, cálculos e mentiras.

Sei o quanto é temerária e de risco a minha proposta. Mas isso porque a nós, mais velhos, persistem os mesmos desastres de 63 anos atrás. Se nós mudamos, por que não os militares? Se entre nós surgiram cabeças novas, por que não entre eles? Se nós percebemos a importância da inserção social, eles não? Afinal, seus soldos são de qual classe social? Quais suas propinas? Quantos deles frequentam as festanças da elite? São especiais fora de grandes eventos no Rio de Janeiro?

Eles nascem, se criam, e escolhem a missão de defender a soberania nacional, ora ameaçada. Que o façam.

Não há mais motivo ou possibilidade de censura, repressão, tortura. A quem? Não serei tonto, como fui em 1964, quando acreditei na Rede da Liberdade, de Leonel Brizola, nem mais nas armas que ele dizia ter para o contragolpe.

Mais: com as redes sociais é impossível cercear a liberdade de expressão. Nas folhas e telas que apoiam Temer, deixem-nos, pouco passarão a apitar. Medo de Bolsonaro? Esqueçam. Ele e seu pensamento são bostas dentro das Corporações Armadas. Servem apenas a idiotas que ainda acreditam em comunismo.

Arrisco-me a dizer: é a única bala que nos resta. Risco: de tão bom que está para seus objetivos, os EUA nos invadirem junto com a Venezuela.



Jornal GGN

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