quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Lula: mil vezes maldito; mil vezes réu



POR FERNANDO BRITO · 19/09/2017




Lula virou réu pela sétima vez.

E virará pela oitava , a nona, a milésima vez.

A corporação judicial, a subnobreza estúpida desta colônia, já decidiu assim, e Lula será julgado e condenado pelo que fez, pelo que não fez mas, sobretudo, pelo que não pode, em hipótese alguma, vir a fazer: voltar a sermos um país, não esta zona onde suas Excelências podem tudo e o povo não pode nada.

Agora vai ser réu por ter estendido o prazo de incentivos fiscais dados por FHC para que montadoras de automóvel se instalassem no Nordeste, supostamente em troca de um contrato para o filho.

Ao Lula de 2010 bastaria pedir e qualquer um seria nomeado dirtor de grande empresa, ganhando mais do que em qualquer contrato de serviços.

Mas isso não vem ao caso.

Lula governou por oito anos sem ser acusado pessoalmente uma única vez.

Deixou o governo e nem assim, por seis anos não surgiu uma denúncia judicial.

Depois do golpe, porém, a Justiça virou “republicana” e acolhe tudo do que se acusar o ex-presidente.

Pouco falta para ser processado por ter subornado o Barbosa no segundo gol do Uruguai, em 1950.

Lula não precisa ser condenado, apenas.

Precisa ser condenado dez vezes.

Porque, se é dez vezes, não é perseguição.

Porque se não é você, é seu pai. é seu filho. é seu primo, é seu sobrinho.

Alguém lembra das razões do lobo?

A cada esquina do Brasil vemos alguém surgir com um BMW, um Porsche, uma casa paradisíaca, mas todos são honrados.

O “rico estancieiro do Uruguai” com quem trabalhei por 22 anos, todos os dias, contava os bifes e embrulhava cuidadosamente a parra de chocolate da qual, num gesto generoso, havia oferecido um quadradinho a quem entrara com ele pela noite, trabalhando.

Conheço esta história e não me impressiono com ela.

Ou melhor, impressiono-me com que haja gente que vive no fausto e na riqueza, com o dinheiro público, capaz de fazer isso a quem encarna as esperanças de seu povo.

Seu povo? Que digo eu? Da ralé.


Tijolaço

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